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VÍDEO - Presidente da CPMI do golpe defende Silvinei Vasques e ataca imprensa: "muita fake news"

O deputado Arthur Maia, ao conversar com a imprensa, relativizou o fato de ex-diretor-geral ter mentido durante depoimento na Comissão

Presidente da CPMI do golpe defende Silvinei Vasques e ataca imprensa: "muita fake news".Créditos: Reprodução redes sociais
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O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), ao conversar com a imprensa, defendeu Silvinei Vasques e atacou a imprensa.

Quando questionado por uma repórter sobre as evidências de que a Polícia Rodoviária Federal (PRF), sob o comando de Silvinei Vasques, teria atuado de maneira desproporcional nos colégios eleitorais onde o então candidato Lula (PT) tinha mais votos, ele defendeu Vasques e afirmou confiar nos dados apresentados pelo ex-militar.

"Eu tenho que me basear nos dados que ele apresentou e, naturalmente, cabe àqueles que discordam desses dados fazerem levantamentos próprios. Mas eu não posso, obviamente, alegar que alguém esteja mentindo apenas com base em informações da imprensa. Sabemos que há muitas fake news, notícias não confirmadas quando comparadas com os dados oficiais. O que a senhora [jornalista] afirma ser uma mentira certamente terá dados contraditórios, opiniões opostas, e isso é parte do processo. Tecnicamente, isso não caracteriza que ele esteja mentindo", declarou Arthur Maia.


Mentir em CPI, como fez Silvinei Vasques, pode dar prisão


O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, mentiu ao menos três vezes em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no país, a CPMI dos Atos Golpistas, nesta terça-feira (20). Mentir em CPI ou CPMI, de acordo com a legislação, é passível de prisão. 

Vasques mentiu, por exemplo, quando negou que tenha trabalhado na Combat Armor, empresa de blindagem que pertence ao trumpista Daniel Beck, sediada em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Ele foi contratado como vice-presidente da empresa em janeiro de 2023, dias após obter a aposentadoria da PRF, e ficou até o início de março, quando a Fórum revelou que ele estava no comando da Combat Armor no Brasil. 

O deputado Rogério Correia (PT-MG) foi um dos que questionou a mentira. O parlamentar afirmou que possui provas de que Vasques trabalhou na empresa na Combat Armor e informou que solicitará a quebra de sigilo da empresa. 

Outra mentira que Silvinei Vasques contou na CPMI é a de que não responde a processos. O ex-diretor da instituição, entretanto, foi alvo de 8 processos administrativos e 23 denúncias que foram omitidas pelo ex-corregedor da instituição. Quando a relatora Eliziane Gama desmentiu e alertou que prestar falso testemunho em Comissão Parlamente de Inquérito configura crime, Vasques recuou, dizendo que foi condenado em 1° grau em um dos processos. 

O ex-diretor da PRF mentiu ainda quando afirmou que não houve mais ações de fiscalização da polícia em estradas do Nordeste no dia do segundo turno das eleições de 2022 do que em outros estados do país. Dados do Ministério da Justiça, entretanto, desmentem Vasques e apontam que somente no Nordeste foram 2.185 ônibus fiscalizados, sendo que 48 foram retidos.