A sessão da CPMI dos Atos Golpistas desta terça-feira (20) que interroga o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, retornou do intervalo imposto pela Ordem do Dia do Senado com uma intervenção da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Na sua fala, a senadora e ex-ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos de Bolsonaro ofereceu uma verdadeira defesa do interrogado.
“Não acharam nada contra o senhor no sentido de armar um golpe contra o Brasil. Mas querem, no âmbito desta comissão, dizer que o senhor mentiu. Isso é muito ruim, porque o que estou vendo aqui hoje é uma desconstrução de imagem de um servidor brilhante. Mas não está dando efeito. Eu estava dando uma olhada nas redes sociais e o Brasil está te aplaudindo”, declarou a senadora que, provavelmente deve ter conferido apenas as próprias redes.
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Na sequência, Damares tenta traçar um breve perfil do bolsonarista e faz uma defesa não apenas dele, mas atuação da PRF que é questionada pela CPMI. “Vou falar quem foi o diretor Vasques e eu estive do lado de lá com ele. Quando o ex-diretor-geral falou mais cedo sobre direitos humanos, e eu era ministra dos Direitos Humanos, nós trabalhamos para trazer a PRF para o sistema de garantia de direitos. Não apenas o sistema de segurança pública, mas o de garantia de direitos humanos. Porque é o que a PRF faz. O primeiro direito humano é o direito à vida, e é o que a PRF faz. Nessa PRF eu encontrei um diretor sensível, comprometido com a vida humana”, declarou.
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Damares encaminhou sua fala fazendo ataques aos parlamentares presentes, que não estariam atentos ao que Vasques realizou durante seu mandato à cabeça da PRF. Para a senadora, os demais colegas não entendem que o ex-diretor-geral seria aclamado pelas "crianças e idosos" do Brasil.
"Hoje vi alguns parlamentares aqui falarem que a PRF desviou de suas finalidades. Que finalidades? Proteger a vida não é uma finalidade? Sim, colegas, a PRF foi para a rua. Para proteger idosos. A primeira operação integrada do mundo para proteger idosos foi feita quando o senhor Vasques estava lá como diretor-geral. Havia mais de 14 mil idosos vítimas de violência, cárcere privado e torturados, e foi a PRF quem ajudou a buscá-los. A imagem que tenho do Silvinei é de um diretor sensível e chorando ao ver os seus homens carregando os idosos no colo. Não podemos sair daqui com a imagem de um diretor-geral corrupto. Alguns vão dizer que Silvinei é réu por uma postagem nas redes sociais, mas nenhum vai lembrar o número de pedófilos que ele colocou na cadeia", concluiu.