O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, prestou depoimento nesta terça-feira (20) perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.
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Durante a manhã, Silvinei respondeu às perguntas feitas pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSB-MA). No entanto, o ex-diretor-geral evitou responder a várias perguntas e afirmou que não mobilizou as forças policiais para interferir nas votações em locais onde Lula tinha vantagem.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) expressou descontentamento com o que ouviu e, durante a tarde, interpelou de maneira contundente Silvinei Vasques, apresentando documentos que desmentiam suas declarações. "Quero lembrar ao senhor que falso testemunho é crime", alertou Contarato.
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Em seguida, o senador expôs uma série de mentiras proferidas por Silvinei em resposta à senadora Eliziane Gama e afirmou que os servidores da PRF sentem "vergonha" de tê-lo como líder da instituição.
"Esse não foi um comportamento adequado para um diretor-geral da PRF, e vir aqui justificar seu comportamento com base no comportamento de outros não é válido. O senhor deve cumprir os princípios que regem a administração pública, os quais estão dispostos no artigo 37: legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência [...] Quantas vezes a PRF autuou o ex-presidente por dirigir ou participar de motociatas sem capacete? Onde o senhor estava quando ele fazia isso?", iniciou Contarato.
"Essas operações no Nordeste tinham, sim, o objetivo de impedir a votação dos eleitores. E mais uma coisa, dizer que o STF proibiu o porte de arma, isso já está estabelecido no artigo 141 do Código Eleitoral de 1965! [...] Além disso, o senhor postar fotos, enquanto diretor da PRF, participar de reuniões e promover ações deliberadas no segundo turno, especialmente no Nordeste [...] não é verdade que a maior quantidade de armas foi apreendida no Nordeste, posso comprovar com o anuário: em Minas Gerais, foram 27.1043 mil armas apreendidas; na Bahia, 4.074", revelou o senador.
Em seguida, Contarato declarou que Silvinei contribuiu para a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro. “São fatos, senhor Silvinei, e contra fatos não há argumentos. Hoje o senhor está aqui como testemunha, mas esta Comissão irá confirmar que o senhor contribuiu, de alguma forma, para o que ocorreu no dia 8. Aqueles que, de alguma forma, colaboram com esse crime respondem pelo mesmo crime, conforme o artigo 29 do Código Penal, seja como autor, coautor ou partícipe. O senhor agiu de maneira contundente, utilizando uma instituição estatal. Eu acredito que os policiais rodoviários federais têm vergonha de tê-lo como diretor da instituição, pois o senhor não soube se portar adequadamente. O senhor não compreendeu que a instituição pertence ao Estado, não ao governo, e violou o princípio da legalidade”, concluiu o senador.
Confira o momento abaixo: