CPI DOS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Abin fraudou documento oficial e não comunicou nada sobre 8 de janeiro, afirma G Dias em CPI

Ex-chefe do GSI ainda disse que Abin usava WhatsApp para alertas de segurança institucional e inteligência

General G. Dias em depoimento na Câmara Distrital do Distrito FederalCréditos: Reprodução/Youtube
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O general Marco Edson Gonçalves Dias, o G Dias, está depondo nesta quinta-feira (22) para a CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Distrital do Distrito Federal (CLDF).

G. Dias era chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) até 19 de abril, quando saiu do cargo após a divulgação de imagens editadas pela CNN que supostamente mostravam o general colaborando com os golpistas que invadiram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

"Sai [do GSI] por causa da divulgação imprecisa e desconexa de vídeos gravados no interior do Palácio do Planalto durante a invasão ao prédio, durante o dia 8 de janeiro", disse.

Dias revelou também que nunca foi informado sobre os atos do dia 8 de janeiro. O documento enviado ao Senado que constava que o general teria sido informado sobre a invasão era falso.

Ele afirma que o documento produzido pela Abin, que foi divulgado na imprensa e afirma que Dias foi informado, foi adulterado. 

"Não adulterei e não fraudei nenhum documento. Sempre falei no GSI que todo documento que passasse por lá tinha que ser a expressão da verdade. A Secai solicitou ao GSI o que a Abin tinha produzido de informação. Esse documento passou para a Abin, que respondeu com um compilado de mensagens de aplicativo. Esse documento tinha lá 'ministro do GSI'. Eu não participei de nenhum grupo de WhatsApp. Então, o documento não condizia com a verdade", afirmou.

"Essa informação que o senhor traz é muito grave. Porque ela demonstra que um órgão de estado fraudou um documento. Isso é grave. Precisa que seja investigada essa fraude. É um órgão de inteligência da república que fez isso. É muito grave", disse o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT-DF).

G Dias afirmou que no SISBin, sistema de troca de informações da Abin, com a inteligência das FFAA e do GSI, não haviam informações sobre a chamada 'Festa da Selma'.

Além disso, o general também reiterou que não houve transição entre a gestão anterior do general Heleno para o novo governo. “Não tive contato com o General Heleno. Não houve transição nenhuma. Não houve transição nenhuma sobre o que estava acontecendo sobre o QG ou concernente aos manifestantes", completou.

Confira o depoimento de G Dias na íntegra na TV Câmara Distrital: