A ação que pode vir a tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível é chamada, no jargão jurídico, de Aije, sigla para Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Ele terá início nesta quinta-feira (22) e, por conta da sigla, já ganhou um apelido:
“Ai, Jesus.”
Te podría interesar
A revelação do apelido foi feita pela jornalista Malu Gaspar, do Globo. Ela aponta também que dentro do PDT, partido que ajuizou a ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ação era tratada apenas como "Aije dos embaixadores".
Crime eleitoral
A ação apura possível crime eleitoral de abuso de poder cometido por Bolsonaro durante a reunião com embaixadores em julho do ano passado, a 76 dias do pleito que elegeria Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente.
Te podría interesar
Bolsonaro, que na época era o presidente, fez duros ataques às urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e externou acusações infundadas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, além de criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o TSE.
O ex-presidente responde também por uso indevido dos meios de comunicação, pois o evento foi transmitido pela TV Brasil.
A “Ai, Jesus” é a que se encontra em estágio mais avançado entre as 16 ações que correm na Justiça Eleitoral que podem afastar Jair Bolsonaro de disputar cargos políticos nos próximos anos.
Oito anos
Derrotado, Bolsonaro ficará inelegível por oito anos e só poderá disputar eleições a partir de 2032, quando estiver com 76 anos.
A expectativa é por um duro e contundente voto pela condenação de Jair Bolsonaro, seguindo o que já recomendou o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE).
A Procuradoria-Geral Eleitoral afirma, em parecer liberado em abril, que o discurso feito pelo ex-presidente a embaixadores no Palácio da Alvorada mobilizou parcela da população a se insurgir contra o sistema eleitoral do país.
O julgamento está previsto para acontecer nos dias 22, 27 e 29. Um pedido de vista por um dos ministros, no entanto, pode adiar a decisão.