Preso desde o dia 3 de maio, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser o primeiro da lista de convocados que vão depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas no Congresso.
De acordo com esboço elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-AM), relatora do colegiado, e ao qual o site Congresso em Foco teve acesso, a previsão é de que Cid deponha na próxima terça-feira (20).
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Dois dias depois, na quinta-feira (22), será a vez do do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
Os requerimentos para convocação de Torres e Cid foram aprovados na sessão desta terça-feira (13).
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"O resultado da audiência foi bastante promissor e deixou claro que o plano de trabalho será seguido com base nos requerimentos aprovados. Acredito que ouviremos ambos, que têm uma relação direta com os acontecimentos que se iniciaram após as eleições, de 30 de outubro de 2022 a 8 de janeiro de 2023", afirmou Eliziane em entrevista coletiva à imprensa após a sessão do colegiado.
A senadora ressaltou que a convocação de Cid como primeiro depoente está relacionada à operação da Polícia Federal, na qual foi encontrada no celular do militar uma minuta com pedido de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) destinada às Forças Armadas.
Embora não esteja incluído na primeira rodada de depoimentos, a senadora não descartou a possibilidade de convocar o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, em uma fase mais avançada das investigações. Na reunião desta terça o requerimento para convocação do general foi rejeitado.
Confira a prévia do calendário
- 20/06 – Tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro)
- 22/06 – Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF) e Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal)
- 27/06 – George Washington de Oliveira Sousa (condenado a nove anos e quatro meses de prisão por tentativa de atentado em posto de combustível próximo ao aeroporto de Brasília) e Valdir Pires Dantas Filho (perito criminal da Polícia Civil do Distrito Federal)
- 29/06 – Márcio Nunes de Oliveira (ex-diretor-geral da Polícia Federal), Ainesten Espírito Santo Mascarenhas (empresário suspeito de ser financiador) e Albert Alisson Gomes Mascarenhas (suspeito de participar dos atos)
- 04/07 – Jorge Eduardo Naime (ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal)
- 06/07 – Coronel Élcio Franco (coronel e ex-secretário do Ministério da Saúde) e Ailton Barros (capitão reformado do Exército preso em operação da PF em março, acusado de intermediar inserção de dados falsos em cartões de vacinação da Covid-19)
- 11/07 – Diomar Pedrassani, José Carlos Pedrassani e Leandro Pedrassani (empresários suspeitos de financiar os atos golpistas)
- 13/07 – General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (UB-BA), diz que ainda vai avaliar o cronograma dos depoimentos.