A partir de requerimento do senador Rogério Carvalho (PT-SE), a CPMI dos Atos Golpistas aprovou nesta terça-feira (13) o acesso ao processo sobre as fraudes no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro (PL). Na prática, os parlamentares agora poderão acessar os dados de celulares do ex-presidente e de outros investigados, extraídos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Venire.
“É óbvio que temos que ver o que aconteceu no inquérito do cartão de vacinação para pegarmos – talvez seja isso que os bolsonarista não querem – os diálogos do Mauro Cid falando abertamente em golpe de estado, inclusive em utilização da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com uma minuta de GLO e documentos, o que traz Mauro Cid e Bolsonaro para dentro da CPI”, analisou o deputado federal Rogério Corrêa (PT-MG) durante a sessão que registrou forte embate entre governo e oposição em torno da aprovação do requerimento.
Te podría interesar
Do lado da oposição, o deputado Filipe Barros (PL-PR) protestou. Ele alegou que o requerimento não teria relação direta com a CPMI, que investiga as tentativas de golpe de estado orquestradas por apoiadores de Jair Bolsonaro após as eleições presidenciais de outubro de 2022 e que culminaram nos atos de 8 de janeiro. Ele foi acompanhado por nomes como os dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Delegado Ramagem (PL-RJ), e dos senadores Izalci Lucas (PSDB0DF) e Magno Malta (PL-BA).
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Te podría interesar
A oposição chegou a apresentar um requerimento a fim de impedir o acesso aos dados da Operação Venire, mas foi derrotada. Bolsonaro é investigado na mesma operação pela suspeita de ter alterado o seu cartão de vacinação para entrar nos Estados Unidos, para onde fugiu em 30 de dezembro de 2022 a fim de evitar a posse do presidente Lula em primeiro de janeiro.
Ainda durante a Operação Venire, a Polícia Federal teria encontrado o plano para um golpe de estado no celular de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O plano teria uma minuta de GLO, que permitiria ao Poder Executivo assumir a segurança pública de determinado lugar – no caso o Distrito Federal – através da atuação das Forças Armadas. Um outro requerimento, também aprovado nesta terça, solicita o acesso aos dados de celulares de Cid e do ex-major Ailton Barros, ambos presos pela Operação Venire.