Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou, nesta quarta-feira (3), o sigilo da decisão que autorizou as buscas na casa de Jair Bolsonaro (PL).
O magistrado afirmou que, conforme as investigações, é “plausível” que o grupo do ex-presidente tenha colocado dados falsos sobre vacinas para conseguir vantagens.
Te podría interesar
A Revista Fórum está concorrendo o prêmio Top10 do Brasil do iBest. Contamos com o seu voto!
https://app.premioibest.com/votacao/influenciador-opiniao/237451556.
Moraes mencionou, ainda, a possibilidade de existir uma “organização criminosa” para fraudar as informações a respeito de vacinação.
Te podría interesar
“Diante do exposto e do notório posicionamento público de Jair Messias Bolsonaro contra a vacinação, objeto da CPI da Pandemia e de investigações nesta Suprema Corte, é plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas eleições gerais de 2022”, destacou o ministro.
Moraes acredita que os indícios de crime são “relevantes” e que a suposta organização criminosa tentou, além de obter benefícios pessoais, descredibilizar o sistema de vacinação no país.
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://bit.ly/doc8dejaneiro e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
“São absolutamente relevantes os indícios da ocorrência efetiva dos crimes, especialmente no contexto agora noticiado de inserção de dados falsos em sistema de informações, o que indicaria, nos termos dos indícios já colhidos, a efetiva existência de uma organização criminosa articulada, com divisão de tarefas e de múltiplos objetivos, tanto no âmbito particular dos investigados, como em aspectos relacionados ao interesse público, em detrimento da credibilidade interna e externa do exemplar controle de vacinação nacional em pleno período pandêmico”, ressaltou Moraes.
Ministro acredita que Bolsonaro sabia das irregularidades de Mauro Cid
Ele afirmou que não tem credibilidade a versão de que o homem de confiança de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, tenha inserido os dados falsos sem a autorização do ex-presidente.
“Não há qualquer indicação nos autos que conceda credibilidade à versão de que o ajudante de ordens do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro pudesse ter comandado relevante operação criminosa, destinada diretamente ao então mandatário e sua filha, sem, no mínimo, conhecimento e aquiescência daquele, circunstância que somente poderá ser apurada mediante a realização da medida de busca e apreensão requerida pela autoridade policial", ressaltou.