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Cartão de vacina fake, US$ 35 mil e joias: Entenda do que a PF desconfia sobre Bolsonaro

Peças ainda estão sendo encaixadas, mas sucessão de fatos e as pessoas envolvidas sugerem algo digno de cinema. Veja a hipótese mais considerada pelos agentes federais

Créditos: PT na Câmara
Escrito en POLÍTICA el

Quem analisa os últimos episódios dos problemas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a Justiça e a Polícia Federal (PL) observa alguns traços, nas diferentes histórias, que se conectam quando olhados como um todo. A insistência tresloucada em tentar recuperar o estojo de joias “dado” pela Arábia Saudita, avaliado em R$ 16,5 milhões, numa operação envolvendo militares, que empregou até o avião presidencial, deslocado de Brasília para São Paulo nos derradeiros dias de 2022, é o primeiro deles.

Depois, a ocultação de várias outras joias e relógios valiosíssimos (na casa dos milhões) também chama a atenção, que foi seguida pela operação da PF desta manhã, que prendeu seu mais íntimo ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro César Cid, sob a acusação de ter produzido carteiras de vacinação falsas para Bolsonaro e sua família, inserindo dados fraudulentos no sistema do SUS. Por fim, chega a informação de que Cid guardava US$ 35 mil em dinheiro vivo em casa.

Para a PF, a ideia fixa e obstinada do ex-presidente de reunir joias e relógios que juntos podem valer mais de R$ 25 milhões (US$ 5 milhões) ainda no ano passado, que poderiam ser levados facilmente aos EUA na escapada melancólica de Bolsonaro no fim do ano, assim como a confecção de última hora de certificados de vacinação “reais” (através da inserção de elementos falsos no sistema dos SUS), da mesma maneira que o significativo montante apreendido com assessor mais próximo em moeda estrangeira, apontariam para a urgente missão de manter um permanente plano de fuga para que o líder da extrema direita brasileira pudesse evaporar do Brasil com rapidez e segurança a qualquer momento. As joias seriam a "aposentadoria", caso caísse em desgraça completa e não conseguisse ter acesso a seus pagamentos regulares do Brasil no exterior, os cartões de vacinação evitariam qualquer problema burocrático e/ou sanitário, já que o extremista e sua filha menor de idade não se vacinaram, e os altos valores em espécie seriam usados para colocar em marcha uma fuga nos primeiros. É nesse sentido que os policiais federais estão conduzindo o raciocínio investigativo.

É notório que Jair Bolsonaro está próximo de ser preso e as razões e inquéritos que levariam a isso são inúmeros. Como não podia mais ficar nos EUA e percebeu à distância que a temperatura política no Brasil tinha baixado após os atos terroristas de 8 de janeiro, o “capitão” resolveu retornar ao país, mas os agentes federais têm claro na cabeça que ele queria manter um plano de fuga de emergência sempre à mão e o fato do tenente-coronel Cid estar sempre envolvido em todos esses cambalachos leva a crer que essa era de fato a estratégia.

Além de ser a pessoa de maior confiança de Jair Bolsonaro, Cid é militar e tem todo um currículo nas chamadas Forças Especiais do Exército Brasileiro, que entre outras coisas é especializada em realizar operações furtivas, discretas e fulminantes para retirar pessoas de zonas de perigo e levá-las a pontos onde estejam sãs e salvas.

No entanto, até que toda essa conexão seja estabelecida e comprovada, garantem os federais, há um longo caminho nas diversas investigações abertas nos numerosos inquéritos que investigam o ex-presidente.