O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desembarcou na noite de domingo (28) em Brasília. A vinda do mandatário ao Brasil acontece devido ao encontro da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que reúne os chefes de sete estados da América do Sul. O bloco estava praticamente paralisado desde 2017 e, até o ano passado, contava com apenas cinco dos doze membros originais (Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Peru). Brasil e Argentina voltaram à Unasul em 2023, contudo o governo não descarta a possibilidade de criação de um novo bloco.
Os encontros da próxima terça-feira (30) reunirão todos os chefes de estado dos países membros da cúpula, com exceção do Peru. Maduro também terá uma agenda unilateral nesta segunda (29), com uma reunião privada com Lula. O presidente da Venezuela era proibido de entrar no Brasil desde 2019, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro editou uma portaria proibindo a entrada do alto escalão do governo venezuelano, após reconhecer Juan Guaidó como presidente do país.
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Reuniões entre os dois presidentes
A agenda dos líderes inclui reunião privada entre os líderes às 10h30, reunião ampliada às 11h30 e uma cerimônia de assinatura de atos às 12h30, seguida de almoço às 13h30. O Itamaraty informou que os encontros devem corroborar pela “normalização das relações bilaterais” entre Brasil e Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores também informou que temas como reabertura das embaixadas e consulados, bem como a realização das eleições para a presidência da Venezuela previstas para o ano que vem.
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Outro ponto debatido será o comércio entre os países. Segundo dados do governo brasileiro, o comércio bilateral com a Venezuela somou US$ 1,3 bilhão em exportações brasileiras e quase US$ 400 milhões em importações. Isso totaliza uma movimentação financeira de US$ 1,7 bilhão em 2022.
O território venezuelano também compreende parte do bioma amazônico, fazendo com que temas ligados à preservação da floresta e aos povos originários também sejam debatidos pelos países. Entre os temas de interesse está a proteção dos povos yanomami, que têm populações vivendo em áreas de fronteira entre Brasil e Venezuela, e a importância da integração sul-americana e da cooperação amazônica na frenagem das mudanças climáticas.
Com informação da Carta Capital e da Agência Brasil