GABRIELA HARDT

Juíza Gabriela Hardt pede afastamento da Lava Jato uma semana depois de assumir

A juíza foi responsável pela sentença que condenou Lula em 2019, no caso do sítio de Atibaia; o processo foi anulado

Dallagnol, Daniela Hardt e Moro.Créditos: MPF / TRF-4
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A juíza Gabriela Hardt solicitou sua remoção da operação Lava Jato, o que também pode resultar em sua saída da 13ª Vara de Curitiba. Ela assumiu a vara como titular no último sábado (20), após o afastamento temporário do juiz Eduardo Appio pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) devido a possíveis transgressões disciplinares.

De acordo com o TRF-4, Gabriela Hardt "manifestou interesse em concorrer à remoção, assim como diversos outros magistrados” e, por conta disso, pediu o afastamento.

Em situações anteriores, Hardt já havia assumido a jurisdição durante as ausências de Sergio Moro, atualmente senador pelo União Brasil, e Luiz Antônio Bonat, ambos conhecidos por conduzirem a Lava Jato.

Em uma dessas substituições, a juíza foi responsável pela sentença que condenou Lula em 2019, resultando em uma pena de 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia. Na sentença, Hardt elogiou Moro, afirmando que o então juiz sempre tomou decisões fundamentadas na condução do processo contra o ex-presidente. Na época, Moro já ocupava o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

No entanto, a condenação de Lula foi posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que os casos não deveriam ter sido tramitados em Curitiba. O STF também apontou a parcialidade de Moro nas ações contra Lula.

Mais recentemente, Hardt foi responsável por autorizar uma operação que resultou na prisão de nove membros do PCC, acusados de planejar um atentado contra Moro e seus familiares. Na ocasião, a juíza substituta estava conduzindo os casos da 9ª Vara Federal de Curitiba durante as férias da titular, Sandra Regina Soares.