O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), relembrou a conversa ao telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 8 de janeiro, quando manifestantes bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes do Três Poderes, em Brasília.
O general é o militar da ativa mais graduado a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) até agora.
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Ele relatou que na noite da tentativa de golpe por bolsonaristas, ele ligou para o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias.
No telefonema, Dutra explicou que a situação era grave e que temia deflagrar uma operação sem planejamento adequado. Pediu, então, para que o então ministro do GSI alertasse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o alto risco dessa ação.
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Pouco depois, o então chefe do CMP falou diretamente com o presidente da República. Ele relembra que Lula estava muito irritado, comentou que os manifestantes eram criminosos e cobrou a prisão de todos os envolvidos. O general, nesse momento, disse que compartilhava da indignação do mandatário, mas ponderou que até aquele momento havia lamentações sobre danos ao patrimônio.
"Se nós entrarmos agora sem planejamento podemos terminar essa noite com sangue", contou o militar. "Eu tenho admiração pela inteligência emocional [do presidente Lula]. Na mesma hora ele falou: 'seria uma tragédia. Isola a praça e prende todo mundo amanhã' ", recordou Dutra.
Confira a fala de Dutra
O deputado Fábio Félix (Psol), vice-presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos, destacou a fala de Dutra em depoimento nesta quinta.
Calendário da CPI
Em junho há três depoimentos marcados na CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF.
- 1º de junho: general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- 17 de junho: general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI;
- 26 de junho: comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves.
Acompanhe o depoimento