O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Hermeto Neto (MDB), foi pego na mentira sobre uma foto na qual policiais militares do DF foram flagrados bebendo água de coco enquanto bolsonaristas vandalizaram as sedes dos Três Poderes.
A imagem teve forte repercussão e foi capturada pelo fotógrafo Weslly Galzo, do Estadão. A foto, inclusive, foi mencionada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma prova de que os policiais não atuaram para evitar a invasão.
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O distrital acusou a reportagem de tirar a foto de contexto. Na sua versão, a fotografia teria sido tirada às 11h da manhã, quando não havia manifestantes na Esplanada.
"O deputado mentiu no plenário. Os metadados do dispositivo usado para fazer o registro pela reportagem do Estadão comprovam que ele foi realizado às 15h50 do dia da invasão. Os veículos de imprensa passaram a noticiar a invasão do Congresso - primeiro prédio a ser tomado pelos golpistas - a partir das 15 horas", esclareceu o jornal.
A foto dos policiais foi incluída pelo ministro Moraes no inquérito que investiga a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro. O magistrado também mencionou a fotografia ao embasar a decisão de afastamento do governo do DF, Ibaneis Rocha.
Pelas redes sociais, o fotógrafo Weslly Galzo comentou o episódio.
"Deputado Hermeto mentiu sobre a foto tirada por mim no dia 8 de janeiro em que policiais militares aparecem tomando água de coco durante a invasão ao Três Poderes. É a segunda vez que alguém mente sobre o caso na CPI", escreveu.