A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta quinta-feira (11) requerimentos que transformam de convocação para convite os depoimentos dos generais Augusto Heleno, ex ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo Bolsonaro; Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI do Governo Lula; e Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto.
A mudança de abordagem do colegiado atende a um pedido do Exército Brasileiro para, dessa forma, garantir a presença dos três generais no depoimento à CPI.
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"Nós recebemos uma delegação militar, enviada pelo comandante do Exército Brasileiro em que este solicitou, se possível, que transformássemos as convocações de três generais em convites. Sendo assim, ele garantiria que esses generais estarão presentes nas reuniões”, esclareceu o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT).
O relator da CPI, Hermeto Nascimento (MDB) e autor dos requerimentos também explicou a posição da comissão.
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“O objetivo não é de acirrar uma disputa. Então, como foi uma forma humilde e muito educada que nós fomos procurados pelos oficiais, achei por bem ouvi-los e, como forma de consideração e gentileza, sim transformar a convocação para convite”, disse o relator da CPI.
Também foram aprovados os requerimentos para ouvir o coronel Élcio Franco, ex-número do dois do Ministério da Saúde de Bolsonaro e que é suspeito de ser um dos arquitetos da tentativa de golpe de 8 de janeiro; e Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, que substituiu o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto como chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no dia 8 de janeiro.
Imagens do acampamento golpista
Foi aprovado ainda requerimento para que a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) compartilhe todas as imagens do Quartel General (QG) do Exército de Brasília, onde se localizou o acampamento de bolsnaristas golpistas, e de vias próximas, desde o dia 30 de outubro de 2022 até o dia 8 de janeiro de 2023.
Além disso, a CPI aprovou requerimento que decide tornar públicos no site da CLDF os documentos referentes aos pedidos de informações realizados pela CPI e suas respectivas respostas, quando se tratarem de dados não sigilosos. O objetivo principal é aumentar ainda mais a transparência e facilitar o acesso às informações.
Depoimento do ex-comandante da PMDF
O ex-comandante-geral da PMDF Fábio Augusto Vieira presta depoimento nesta quinta-feira (11) à CPI. Ele chefiava a corporação no dia 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília. No início da oitiva, entre outros temas, ele explicou o motivo pelo qual não foram feitas prisões no dia 12 de dezembro de 2022, quando foi instalado o caos no centro de Brasília.
Fábio Augusto disse à CPI que a prioridade dos policiais militares que atuaram para conter os atos de vandalismo perpetrados por bolsonaristas na área central de Brasília no dia 12 de dezembro de 2022 era restabelecer a ordem e preservar vidas.
Calendário da CPI
Neste mês de maio, parlamentares já ouviram Adauto Lúcio de Mesquita, um dos empresários suspeitos de financiar o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. Há dois novos depoimentos marcados para maio. Confira:
- 18 de maio: general Gustavo Henrique Dutra de Menezes (General Dutra), ex-chefe do Comando Militar do Planalto.
Já em junho, há três depoimentos marcados:
- 1º de junho: general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- 17 de junho: general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI;
- 26 de junho: comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves.