A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol na Câmara para apurar manipulação de resultados de partidas da modalidade escolheu como presidente Julio Arcoverde (PP-PI) e como relator Felipe Carreras (PSB-PE), que também é autor do requerimento para criação do colegiado.
A CPI do Futebol vai investigar a manipulação de resultado de jogos da série B do Campeonato Brasileiro nas casas de aposta online, nos clubes, atletas e até na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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Com 34 parlamentares, o colegiado iniciou os trabalhos nesta quarta-feira (17) e terá 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, para investigar os possíveis esquemas de fraudes no Campeonato Brasileiro e em competições estaduais.
Também foram eleitos o 1º vice-presidente, André Figueiredo (PDT-CE); o 2º vice-presidente, Daniel Agrobom (PL-GO); e o 3º vice-presidente, Ricardo Silva (PSD/SP). (confira abaixo a lista completa dos integrantes da CPI do Futebol).
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Maior escândalo do futebol brasileiro
A iniciativa para criar a CPI partiu de investigações feitas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) que levantaram suspeitas de manipulação no resultado de quatro jogos da série B. Os parlamentares acreditam que as irregularidades também tenham sido cometidas em partidas de outras séries.
Para Carrera, relator e autor do pedido de criação do colegiado, esse talvez seja “o maior escândalo do futebol brasileiro”, com prejuízo para a credibilidade do esporte.
"O fato mais recente diz respeito a operação do Ministério Público do Estado de Goiás para investigar grupo especializado em fraudar resultados de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. De acordo com a entidade, grupo criminoso teria cooptado atletas para agirem em campo", escreveu o deputado.
Progressistas da CPI do Futebol
Entre os integrantes da CPI do Futebol está o combativo Glauber Braga (Psol-RJ), que é titular. Ele destaca a importância para que o colegiado se aprofunde nas investigações sobre o esquema de fraudes em resultados de partida do futebol do Rio de Janeiro. O parlamentar ressalta que caso seja necessário é essencial que sejam feitas as devidas responsabilizações dos envolvidos no escândalo.
"Que a gente consiga fazê-lo com a seriedade que um instrumento como esse exige, sem injustiça, sem a utilização do espaço da CPI como uma ferramenta de outras disputas que venham a extrapolar o próprio processo de investigação”, destacou Braga.
Braga abordou a participação da CPI do Futebol pelas redes sociais e destacou que quer se reunir com as torcidas organizadas antifascistas para pensar em uma tática de atuação em conjunto.
Também faz parte do colegiado, como suplente, Chico Alencar (Psol-RJ). Ele observa que a CPI não tem finalidade de investigar o que está sendo investigado nem de punir quem vai ser punido pela Justiça, mas sim de propor regras, regulamentação e controles para evitar esses tipo de procedimento criminoso.
“O futebol é um traço apaixonante da cultura nacional. Degradá-lo dessa maneira, aproximando-o de outras atividades que corroem a nossa República, é um crime contra a população, explicou Chico Alencar.
Operação Penalidade Máxima
O MPGO abriu investigação no segundo semestre de 2022 após receber evidências de um esquema de manipulação colhidas pelo presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo. Uma organização criminosa especializada em corromper atletas profissionais do futebol liderava esse esquema e havia um jogador do time goiano em dívida com ela.
O objetivo dos apostadores seria assegurar a ocorrência de eventos determinados nas partidas, apostar nesses eventos e, assim, ganhar dinheiro em sites de jogos e apostas. A ocorrência mais frequente envolve o recebimento de cartões amarelos, mas outras apostas como escanteios, expulsões pênaltis e até resultado no primeiro tempo constam no processo.
Mais de 60 jogadores já foram citados de alguma forma na investigação. De acordo com o MPGO, as apostas eram feitas em sites como Bet365 e Betano — que são considerados vítimas no caso.
A operação Penalidade Máxima está em sua segunda fase. Ao todo, 15 jogadores viraram réus na Justiça de Goiás. Outros quatro fizeram acordo de colaboração e agora são testemunhas. Além deles, oito pessoas também foram denunciadas e compõem o grupo de apostadores, financiadores e aliciadores.
O empresário Bruno Lopez é apontado como o chefe da organização criminosa. No pedido de criação da CPI, Carreras destacou a necessidade de apurar fatos gravíssimos relacionados a suspeitas de manipulação de resultados no futebol profissional brasileiro.
Lista de integrantes da CPI
Titulares
- Alencar Santana (PT-SP)
- Jilmar Tatto (PT-SP)
- Kiko Celeguim (PT-SP)
- Washington Quaquá (PT-RJ)
- Bacelar (PV-BA)
- Felipe Carreras (PSB-PE)
- André Figueiredo (PDT-CE)
- Adail Filho (Republicanos-AM)
- Augusto Coutinho (Republicanos-PE)
- Ricardo Ayres (Republicanos-TO)
- Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ)
- Capitão Alberto Neto (PL-AM)
- Daniel Agrobom (PL-GO)
- Daniel Freitas (PL-SC)
- Luciano Vieira (PL-RJ)
- Mauricio do Vôlei (PL-MG)
- Yury Do Paredão (PL-CE)
- Beto Pereira (PSDB-MS)
- Célio Silveira (MDB-GO)
- Delegado da Cunha (PP-SP)
- Julio Arcoverde (PP-PI)
- Mersinho Lucena (PP-PB)
- José Rocha (União-BA)
- Paulo Azi (União-BA)
- Paulinho Freire (União-RN)
- Saullo Vianna (União-AM)
- Luisa Canziani (PSD-PR)
- Luciano Azevedo (PSD-RS)
- Ricardo Silva (PSD-SP)
- Luis Tibé (Avante-MG)
Suplentes
- Alfredinho (PT-SP)
- Afonso Hamm (PP-RS)
- Denise Pessôa (PT-RS)
- Dilvanda Faro (PT-PA)
- Reimont (PT-RJ)
- Alice Portugal (PCdoB-BA)
- Delegado Caveira (PL-PA)
- Duda Salabert (PDT-MG)
- Bandeira De Mello (PSB-RJ)
- Bebeto (PP-RJ)
- Coronel Ulysses (União-AC)
- Danilo Forte (União-CE)
- Leur Lomanto Júnior (União-BA)
- Fernando Rodolfo (PL-PE)
- Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG)
- Samuel Viana (PL-MG)
- Wellington Roberto (PL-PB)
- Fred Costa (Patriota-MG)
- Luiz Fernando Faria (PSD-MG)
- Márcio Marinho (Republicanos-BA)
- Prof. Paulo Fernando (Republicanos-DF)