REFORMA AGRÁRIA

CPI do MST: PT convoca Gleisi para defesa do maior movimento popular da América Latina

No ataque, a bancada do boi, que ficou com 40 das 54 vagas e a relatoria, com Ricardo Salles; é a quinta comissão para investigar o movimento em 20 anos

Créditos: MST/ Divulgação
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Começa a funcionar nesta quarta-feira (17) a quinta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI para investigar o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais sem Terra (MST) no Congresso Nacional. 

Dos 54 integrantes da CPI do MST que começa os trabalhos nesta quarta na Câmara, 40 são ruralistas e apenas 14 governistas. A criação do colegiado tem sido alardeada desde o início da atual legislatura na Câmara, sob a liderança da 'Bancada do Boi', representada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

A presidência será do Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). A relatoria será do ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), Ricardo Salles (PL-SP).

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), anunciou as indicações da bancada da Federação Brasil Esperança (PT-PCdoB-PV). 

Entre os nomes, a presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffmann (PR), como suplente, junto com João Daniel (SE), Dionilso Marcon (RS) e Camila Jara (MS). Entre os titulares, Padre João (MG), Nilto Tatto (SP), Valmir Assunção (BA) e Paulão (AL).

Um dos nomes da bancada governista, o deputado Valmir Assunção (PT-BA), vice-líder do PT, sempre esteve ligado às questões que envolvem a reforma agrária. Ele comentou a indicação para integrar a CPI pelas redes sociais.

"Vou compor o time do PT na CPI do MST. Já é a 5° investigação que o movimento sofre no Congresso Nacional. Vamos pra cima de grileiros, de quem invade terra indígena, de quem promove violência no campo. Os dados não mentem: é o latifúndio o verdadeiro criminoso nessa história", escreveu.

Pela Federação Psol-Rede está Samia Bomfim (Psol-SP) como titular e Talíria Petrone (Psol-RJ) como suplente.

Pelas redes, Samia comentou que vai atuar de "peito aberto" no colegiado e alerta que o objetivo é o de criminalizar o MST para "tirar o foco das atrocidades dos bolsonaristas contra o país".

"Não vão nos intimidar. Denunciarei o trabalho escravo em latifúndios, o uso de agrotóxicos que leva veneno para as famílias, o desrespeito à função social da propriedade. Lutar é um direito! Reforma agrária para alimentar os milhões que passam fome, gerar renda e justiça social", escreveu.

Já Talíria comenta que a CPI do MST é mais um esforço da direita conservadora e ultraliberal de consolidar sua política de criminalização dos movimentos sociais. Ela diz também que o papel do PSOL será o de “reafirmar nosso compromisso com a luta por reforma agrária e por comida sem veneno”.

“A maior organização do país incomoda porque enfrenta a política do agro de sempre colocar os interesses econômicos, de poucos, acima dos interesses do povo. Mesmo com todas as tentativas de silenciamento, o MST nunca se curvou e segue sendo um dos movimentos mais pulsantes e coerentes com sua história de quase 40 anos”, comenta Talíria.

Quinta CPI em 20 anos

Desde o primeiro mandato de Lula na presidência, em 2003, os ruralistas no Parlamento criaram quatro comissões para investigar o MST. Entre 2003 e 2005, a CPMI da Terra; entre 2009 e 2011, a CPMI do MST; entre 2015 e 2016, a CPI Funai Incra e entre 2016 e 2017, a CPI Funai Incra 2. Apenas as CPMI da Terra e a CPI Funai Incra 2 tiveram relatório votado. As outras caíram no limbo dos prazos determinados sem que nenhum encaminhamento fosse realizado oficialmente. 

Confira a lista completa dos indicados até agora

  • Padre João (PT-MG)
  • Nilto Tatto (PT-SP)
  • Valmir Assunção (PT-BA)
  • Paulão (PT-AL)
  • Gleisi Hoffmann (PT-PR)
  • João Daniel (PT-SE)
  • Dionilso Marcon (PT-RS)
  • Camila Jara (PT-MS).
  • Samia Bomfim (Psol-SP)
  • Talíria Petrone (Psol-RJ)
  • Capitão Alden (PL-BA)
  • Caroline de Toni (PL-SC)
  • Delegado Eder Mauro (PL-PA)
  • Domingos Sávio (PL-MG-)
  • Ricardo Salles (PL-SP)
  • Coronel Chrisóstomo (PL-RO) 
  • Gustavo Gaver (PL-GO)
  • Joaquim Passarinho (PL-PA)
  • Marcos Pollon (PL-MS)
  • Rodolfo Nogueira (PL-MS)
  • Alfredo Gaspar (União-AL)
  • Kim Kataguiti (União-SP)
  • Nicoletti (União-RR)
  • Coronel Assis (União-MT) 
  • Coronel Ulysses (União-AC) 
  • Rafael Simoes (União-MG)
  • Ana Paula Leão (PP-MG) 
  • Delegado Fabio Costa (PP-AL)
  • Evair Vieira de Melo (PP-ES)
  • Messias Donato (Republicanos-ES) 
  • Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS)
  • Diego Garcia (Republicanos-PR) 
  • Charles Fernandes (PSD-BA)
  • Delegada Katarina (PSD-SE)
  • Magda Mofatto (PL-GO)