Em entrevista coletiva convocada na noite da última segunda-feira (15), os advogados que fazem a defesa de Jair Bolsonaro (PL) confirmaram a existência de uma conta bancária do ex-presidente nos EUA com aproximadamente R$ 600 mil. Além disso, também apontaram que o dinheiro vivo encontrado como ex-ajudante de ordens Mauro Cid seria para pagar “serviços pequenos”.
De acordo com Marcelo Bessa, um dos advogados, os R$ 600 mil estariam anteriormente em uma poupança no Banco do Brasil, mas foram transferidos aos EUA por conta da posse do presidente Lula (PT). A razão disto é a crença de Bolsonaro de que “a economia brasileira iria de mal a pior” com o novo governo.
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“A transferência ocorreu de uma conta poupança para outra conta identificada em nome do presidente também, nos Estados Unidos. Ele fez isso porque acredita que o atual governo não vai conduzir corretamente a economia e transferiu para outra contra nos EUA, aberta em dezembro. O dinheiro foi transferido via Banco Central, respeitando as questões legais”, afirmou.
Já de acordo com Fábio Wajngarten, advogado e ex-secretário de Comunicação Social do Governo Bolsonaro, o dinheiro vivo encontrado com Mauro Cid era usado para pagar “serviços pequenos” da então família presidencial, como manicure, cabeleireiro, compras em padarias e outras despesas menores da família. Foram encontrados em dinheiro vivo 35 mil dólares e R$ 16 mil na casa de Cid.
Wajngarten ainda afirmou que esse dinheiro saiu da conta pessoal de Bolsonaro e que o cartão corporativo não foi mexido e sequer teve a senha aberta. O advogado negou a existência de irregularidades e alegou que a prática – de fazer tais pagamentos em espécie – teria como finalidade proteger e manter a segurança do ex-presidente e sua família. O dinheiro seria sacado de um caixa eletrônico dentro do Palácio do Planalto e entregue a Cid, que faria todas as movimentações.
O ex-presidente Jair Bolsonaro irá depor – pela terceira vez em menos de dois meses - na Polícia Federal a partir das 14h desta terça-feira (16). Os investigadores querem saber qual seu grau de envolvimento no esquema de fraudes em cartões de vacinação.