DADOS TELEFÔNICOS

Mauro Cid tentou driblar grampo, mas PF já mapeou seus celulares

Cerco ao ex-ajudante de ordens se fecha com a descoberta de telefone registrado nos Estados Unidos

Jair Bolsonaro e Mauro Cid.Créditos: Alan Santos/PR
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O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, bem que tentou driblar um possível monitoramento dos seus celulares por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mas a Polícia Federal já conseguiu mapear as linhas registradas no exterior pelo militar.

Uma dessas linhas foi aberta por Cid nos últimos dias do governo Bolsonaro, quando o ex-ajudante de ordens acompanhou o ex-presidente em viagem aos Estados Unidos. Naquele momento, Cid suspeitava que poderia ser grampeado pelo Supremo e então teria adquirido a linha de uma operadora daquele país.

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De posse dos números, a PF agora trabalha para recuperar uma série de dados de conversas, especialmente mensagens de texto a áudios. Preso no último dia 3 de maio sob suspeita de operar um esquema de fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro, sua família e entorno, Cid é peça-chave para uma série de investigações que envolvem o ex-mandatário.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é investigado em pelo menos três inquéritos além dos cartões de vacinação. São eles o caso das joias sauditas, das milícias digitais e da intentona golpista de 8 de janeiro.

Além disso, nas últimas semanas têm sido revelados outros possíveis escândalos. Desde propriedades de luxo, como mansões nos EUA registradas no chamado “Cid Family Trust”, que podem ser de Bolsonaro dado o caráter dos “trusts” na legislação americana – que funcionam como um meio para preservar o dono de uma propriedade registrando-a no nome de uma associação de confiança –, até as recentes descobertas de depósitos em dinheiro vivo para a ex-primeira-dama que fazem os investigadores suspeitarem de um esquema de rachadinhas no Palácio do Planalto. Dessa forma, o cerco ao ex-ajudante de ordens e ao próprio ex-presidente vai se fechando.

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