Quatro assessores de Jair Bolsonaro (PL), que são alvos da Polícia Federal (PF), multiplicaram seus ganhos mensais durante viagens aos Estados Unidos com o ex-presidente, no período entre fim de dezembro e março de 2022.
No total, os investigados embolsaram quase R$ 400 mil em diárias, mais do que o dobro do que ganharam com a verba extra durante o mandato.
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O PM Guilherme Moura e os militares Sérgio Cordeiro, Mauro Cid e Marcelo Câmara viajaram para Orlando (EUA) junto com Bolsonaro, depois que ele abandonou o Brasil em 30 de dezembro, após perder as eleições.
Os três primeiros estão presos e o quarto foi alvo de busca e apreensão por suspeita de participação em esquema de fraude em carteiras de vacinação.
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As despesas para os cofres públicos com diárias e passagens aéreas dos quatro chegaram a R$ 467 mil durante os três meses que Bolsonaro ficou nos EUA. Deste total, 85% são referentes a diárias.
Os dados são do Portal da Transparência, consultados pelo UOL e pela Agência Fiquem Sabendo.
Até agora, mesmo os presos, todos continuam no cargo de assessores do ex-presidente recebendo seus salários.
Ganhos dos assessores investigados:
Max Guilherme Moura: salário de R$ 6.681 brutos, mais aposentadoria como PM aposentado do RJ. O total de diárias que ganhou nos EUA (R$ 130 mil) é mais de sete vezes a soma de seus salários líquidos como assessor nos primeiros três meses do ano (R$ 17,8 mil).
Sérgio Cordeiro: salário de R$ 14.081 brutos, mais aposentadoria como militar da reserva de R$ 20.553, totalizando R$ 34,6 mil brutos. O total de diárias que ganhou nos EUA (R$ 137 mil) é mais de quatro vezes a soma de seus salários líquidos como assessor (R$ 31 mil) nos primeiros três meses do ano.
Marcelo Câmara: salário de R$ 10.831 brutos, mais aposentadoria como militar da reserva de R$ 26.698, totalizando R$ 37 mil brutos. O total de diárias recebidas nos EUA (R$ 128 mil) é cinco vezes a soma de seus salários líquidos como assessor nos primeiros três meses do ano (R$ 24 mil).
Mauro Cid: salário de tenente-coronel de R$ 26.239 brutos. Como ajudante de ordens de Bolsonaro, ele recebia adicional de R$ 1.734 por mês. Cid não esteve na lista dos oito assessores do ex-presidente, mas viajou para os EUA no mesmo dia de Bolsonaro e voltou em 1º de janeiro.