O início dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que vai investigar a tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro, será na quarta-feira da próxima semana, dia 17 de maio.
Até o momento, a base do Governo Lula no Congresso tem as indicações da federação Psol-Rede na Câmara: Erika Hilton (Psol-SP) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ). O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que será membro do colegiado.
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Um dos nomes mais citados nas redes para integrar o colegiado pela base do Governo Lula é o do deputado André Janones (Avante-MG).
Até começarem os trabalhos, as lideranças partidárias na Câmara e no Senado devem indicar o nome dos parlamentares que vão integrar o colegiado.
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Indicações do PL de Bolsonaro
O Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez a indicação de seis deputados nesta quarta-feira (10). Três titulares e três suplentes.
Foram anunciados os nomes de André Fernandes (CE), Eduardo Bolsonaro (SP) e do Delegado Alexandre Ramagem (RJ) como titulares e Nikolas Ferreira (MG), Marco Feliciano (SP) e Filipe Barros (PR) como suplentes.
Bolsonarista do CE não tem chance de presidir CPMI
Fernandes foi o autor do pedido de instalação da CPMI dos Atos Antidemocráticos e quer concorrer à presidência do colegiado, o que é uma possibilidade muito remota.
Primeiro, porque a bancada do governo no Congresso terá pelo menos 12 das 32 vagas da CPMI e deve eleger o presidente e o relator. A oposição terá direito a nove indicações.
Segundo, o parlamentar da oposição é parte envolvida na trama golpista de 8 de janeiro. Ele é investigado em inquérito instaurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
O bolsonarista cearense divulgou vídeo no Twitter chamando ato contra Lula no dia da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Após os ataques, o cearense publicou imagem com porta de um armário com o nome do ministro Alexandre de Moraes.
Representante do clã bolsonarista
O filho 03 do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, apelidado de 'bananinha', foi escalado pelo próprio pai para defendê-lo na CPMI.
Com medo de ficar sozinho no centro das investigações da comissão, o chefe do clã atuou para emplacar o nome dos filhos como titulares do colegiado.
Até agora, Bolsonaro conseguiu escalar o deputado Eduardo. Ainda não há confirmação se o senador Flávio Bolsonaro (RJ) estará na lista dos nomes indicados pela liderança do PL no Senado.
Delegado de estimação dos bolsonaristas
Já Ramagem foi diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e é homem de confiança do ex-presidente Bolsonaro e de seus filhos.
Delegado de carreira da Polícia Federal (PF), ele se aproximou da família Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando comandou a segurança do então candidato a presidente.
Em abril de 2020, Bolsonaro tentou emplacar o nome dele como diretor geral da PF, mas o ministro Alexandre de Moraes mandou suspender a nomeação.
'Chupetinha' engaja nas redes com fake news
Indicado para a suplência da CPMI dos Atos Golpistas, Nikolas Ferreira (MG) é uma celebridade digital e uma das estrelas do bolsonarismo-raiz na Câmara e ganhou o apelido de 'chupetinha'. Ele se apresenta como um "cristão de direita, entusiasta de armas e defensor da família".
Ganhou notoriedade nacional pelas polêmicas em que se envolveu, como defesa de ideias negacionistas, oposição à medidas contra a pandemia de Covid-19, discursos transfóbicos e discriminatórios, divulgação de notícias falsas e apoio e encorajamento às manifestações golpistas e aos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro deste ano.
Pastor que admite mentir
A segunda vaga para suplência da comissão ficará para Marcos Feliciano (SP). O pastor evangélico que admite espalhar notícias falsas. Como, por exemplo, quando repetiu várias vezes durante a campanha de 2022 a mentira de que Lula "fecharia igrejas" caso fosse eleito. A notícia, além de falsa, é absurda. Foi Lula quem regulamentou, em 2003, a liberdade de constituição de igrejas no país.
Durante os quatro anos do (des)governo Bolsonaro, Feliciano conseguiu enriquecer em R$ 2 milhões. No mesmo período, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média mensal do brasileiro caiu de R$ 2.823, no início de 2019, para R$ 2.613 no trimestre de março a maio de 2022.
'Homem de Bolsonaro' no Paraná
O ultraconservador Filipe Barros (PR) se apresenta como "o homem de Bolsonaro no Paraná". Ele ostenta um currículo pró-vida e pró-família, é um fanático do combate à "ideologia de gênero" e um entusiata do "Escola sem Partido". É afilhado político da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos de Bolsonaro, Damares Alves, hoje senadora pelo Distrito Federal.
Alinhadíssimo à pauta reacionária da extrema direita, Barros foi o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, rejeitada pela Câmara em 2021.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depôs como testemunha de defesa de Bolsonaro na ação que pode levar à inelegibilidade do ex-presidente. O processo apura a reunião do então mandatário, em julho de 2022, com embaixadores e ataques às urnas e ao sistema eleitoral feitas em transmissões ao vivo nas redes sociais que tiveram a participação do deputado paranaense.