Após novos fatos que colocam integrantes do antigo governo no centro da conspiração golpista entre o final de 2022 e início deste ano, parlamentares bolsonaristas começaram a se arrepender de terem apoiado a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para apurar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, que vem sendo chamada de CPMI dos Atos Golpistas.
Este arrependimento já havia começado a partir do momento que a base governista no Congresso Nacional passou a apoiar a CPMI e ter conseguido emplacar a maioria dos membros do colegiado.
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Agora, os parlamentares que apoiam Jair Bolsonaro e que estavam tentando inverter o corrido, responsabilizando o próprio governo Lula por ter tentado dar um golpe em si mesmo, passaram a se esconder e evitar o assunto.
Isso porque nos últimos dias foram revelados, a partir de investigações da Polícia Federal (PF), áudios e conversas entre auxiliares próximos de Jair Bolsonaro tramando o golpe de Estado - entre eles estão o coronel Élcio Franco, ex-número dois do Ministério da Saúde e assessor da Casa Civil do governo Bolsonaro; o tenente-coronel Mauro Cid, ajudantes de ordem do ex-presidente e que está preso; e Ailton Barros, outro auxiliar do ex-mandatário, chamado pelo próprio Bolsonaro de "segundo irmão", e que também está encarcerado.
Nesta terça-feira (9), os deputados federais Rogério Correia (PT-MG) e André Janones (Avante-MG), ambos da base governista, gravaram um vídeo diretamente do plenário da Câmara chamando a atenção para a nova postura dos bolsonaristas com relação à CPMI dos Atos Golpistas.
"Acabei de cobrar na tribuna os bolsonaristas, os nomes deles para a CPMI dos Atos Golpistas, nós queremos escutar o Mauro Cid, falar o que era esse golpe que ele planejava e tudo de errado que eles fizeram. Mas eles estão caladinhos, né, Janones?", disse Rogério Correira.
Janones, então, emendou.
"O deputado Rogério usou a tribuna cobrando a CPMI que eles tanto queriam e, adivinhem, foram usar a tribuna agora mas ninguém teve coragem de tocar no assunto. Antes ficavam ali no 'cercadinho' esperneando pedindo CPMI e agora está todo mundo caladinho. Perceberam que deram tiro no pé, mas agora é tarde. A gente quer a CPMI e vamos para cima".
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