O início dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que vai investigar a tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro, será na quarta-feira da próxima semana, dia 17 de maio.
A data para o início dos trabalhos do colegiado foi anunciada pelo líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), nesta terça-feira (9).
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Segundo Randolfe, ainda faltam indicações de alguns dos partidos que compõem a base de apoio do governo. Esta etapa deve ser concluída nesta quinta-feira (11) e o senador garante que será um dos integrantes do colegiado.
Governistas da CPMI dos Atos Golpistas
A bancada do governo no Congresso terá pelo menos 12 das 32 vagas da CPMI dos Atos Golpistas. A oposição terá direito a nove indicações.
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Além de Randolfe, a base governista já tem os nomes da federação Psol-Rede: Erika Hilton (Psol-SP) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ). O anúncio foi feito pelo líder do Psol na Câmara, Guilherme Boulos (Psol-SP), pelas redes sociais.
"Péssima notícia para os golpistas do Congresso!! É bom já irem se preparando", avisou.
Campanha nas redes para Janones na CPMI
Um dos nomes mais citados nas redes para integrar o colegiado é o do deputado André Janones (Avante-MG). Em um levantamento especial realizado pelo DataFórum em 27/4, que coletou tuítes com os termos “CPI” e “CPMI”, um dia depois da criação do colegiado, mostrou que entre os parlamentares de esquerda, apenas o parlamentar mineiro e Boulos estão entre os maiores influenciadores digitais.
Janones tem feito campanha nas redes para ter o nome indicado. Nesta terça ele postou que os próximos dias serão decisivos para garantir a presença dele no colegiado.
"A oposição está a um passo de conseguir me deixar fora da CPMI do 8 de Janeiro! Articularam pesado nos últimos dias e receio que consigam. Preciso de vocês agora! Os próximos dois dias serão decisivos!", escreveu.
Na avaliação de analistas políticos, o tuíte de Janones é um chamado para conversar com o governo Lula. Nesta quarta-feira (10), o parlamentar divulgou o início do trabalho da CPMI dos Atos Golpistas pelas redes sociais.
Bolsonaristas arregaram
A CPMI dos Atos Golpistas foi articulada e defendida pela base bolsonarista no Congresso. Mas o jogo virou e, agora, a oposição já se arrepende de ter apoiado a criação do colegiado.
Além da revelação de áudios bombásticos que colocaram auxiliares próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no centro da trama golpista, a base do Governo Lula no Congresso passou a apoiar o funcionamento da comissão e também garantiu a maioria do colegiado.
A CPMI dos Atos Golpistas foi criada pelo presidente do Congresso Nacional no dia 26 de abril. Caso seja confirmada a data de instalação do colegiado na próxima semana, terão sido 21 dias entre a criação e instalação do colegiado.
Arquitetos do golpe serão ouvidos
Nos últimos dias foram revelados, a partir de investigações da Polícia Federal (PF), áudios e conversas entre auxiliares próximos de Jair Bolsonaro tramando o golpe de Estado.
Entre os arquitetos da tentativa de golpe de Estado figuram o coronel Élcio Franco, ex-número dois do Ministério da Saúde e assessor da Casa Civil do antigo governo; o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordem do ex-presidente, que está preso; e Ailton Barros, outro auxiliar do ex-mandatário, chamado pelo próprio Bolsonaro de "segundo irmão", e que também está encarcerado.
Assim que iniciar os trabalhos da CPMI, esses três homens próximos de Bolsonaro devem ser convocados a depor no colegiado.
Quando foi vazado o primeiro lote de áudios no dia 4 de maio, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) anunciou que Mauro Cid estaria na lista de depoentes do colegiado.