O parlamento vai analisar “criteriosamente” os decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para revisar o marco do saneamento. O aviso foi dado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), nesta sexta-feira (7). Ele comentou que considerou as medidas como um “retrocesso”.
O discurso foi divulgado em publicação nas redes sociais. Lira usou o Twitter para comentar uma declaração anterior em que ele criticou os decretos de Lula e afirmou que as mudanças devem ser realizadas pelo Legislativo.
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“Defendo a revisão do Marco Legal do Saneamento com o propósito de aperfeiçoar a legislação vigente. Porém, alerto que o parlamento irá analisar criteriosamente as sugestões, mas não vai admitir retrocessos”, escreveu.
Assinados na quarta-feira (5) por Lula, os decretos alteram as regras do novo marco do saneamento básico no país. A medida aumenta o investimento privado no setor e fortalece empresas públicas. Também permite que empresas estatais mantenham contratos sem licitação com municípios, prática que era proibida na legislação anterior.
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Com a nova medida, o governo espera investir R$ 120 milhões no setor até 2033. Os decretos acabam com o limite de 25% para a terceirização das operações, o que permitirá as concessionárias repassarem fatias maiores das atividades para outras empresas e estimulará os investimentos no setor.
As medidas foram alvo das críticas de Lira, que defendeu a regulação do setor por meio de um projeto de lei. Aliados de Lira preparam um projeto que, caso aprovado, poderá derrubar parte dos decretos assinados por Lula.
O Marco Legal do Saneamento foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2020, com o objetivo de universalizar os serviços de água e esgoto até 2033, com fornecimento de água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%.