DIFERENÇA GRITANTE

Chefe do GSI compara reações de Anderson Torres e Lula à prisão: "Força e honra"

Ricardo Capppelli comenta justificativa de "surto psiquiátrico" utilizado pela defesa de Torres para tentar tirá-lo da cadeia

Anderson Torres e Lula momentos antes de se entregarem à polícia para serem presos.Créditos: Reprodução/Ricardo Stuckert
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O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Ricardo Cappelli, utilizou as redes sociais neste sábado (29) para criticar as justificativas que vêm sendo dadas pela defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, na tentativa de tirá-lo da prisão. 

Torres está preso desde 14 de janeiro no âmbito do inquérito dos atos golpistas promovidos por bolsonaristas 6 dias antes, sob a acusação de omissão, e seus advogados têm apelado por relaxamento de sua pena com a justificativa de que ele estaria apresentando problemas psicológicos, como "lapsos de memória" e "comprometimento cognitivo". Bolsonaristas como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) falam até em "risco de suicídio". 

Ao criticar tal expediente, Cappelli, do GSI, fez questão de comparar a reação de Torres à prisão com a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando esteve preso, entre 2018 e 2019, por sentença oriunda da operação Lava Jato que depois foi anulada por parcialidade e suspeição do juiz do caso, o hoje senador Sergio Moro (UB-PR). 

"O presidente @LulaOficial enfrentou um processo de exceção e 580 dias de uma reclusão infame sempre de espinha ereta e cabeça erguida. Jamais alegou que fez algo porque estava "doidão" ou que esqueceu suas senhas em função de um 'surto psiquiátrico'. Isso sim é Força e Honra", escreveu Cappelli. 

Exame de sanidade mental 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (28) que o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, seja submetido a um exame de sanidade mental. Mais cedo, seu colega de Corte, ministro Luís Roberto Barroso, havia negado pedido de soltura de Torres feito pela defesa. 

O ex-ministro está preso desde 14 de janeiro no âmbito do inquérito dos atos golpistas promovidos por bolsonaristas 6 dias antes, sob a acusação de omissão, e seus advogados têm apelado por relaxamento de sua pena com a justificativa de que ele estaria apresentando problemas psicológicos e "lapsos de memória"

A determinação de Moraes no sentido de submeter Torres a exame de sanidade mental vem após o ex-ministro fornecer senhas falsas de seu celular à Polícia Federal. A defesa do preso afirma que ele forneceu as palavras-chave incorretas pois ele estaria acometido de "comprometimento cognitivo". 

O ministro deu um prazo de 48 horas para que a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (DF) realize o exame e informe o resultado. Caso de fato seja constatado o comprometimento mental e o órgão avalie que não tem condições de garantir a saúde de Torres, o ex-ministro será transferido para um hospital penitenciário. Por hora, a prisão domiciliar está descartada.