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Torres dá senhas erradas para PF e alega "comprometimento cognitivo"

Justificativa vem depois de Bolsonaro dizer que publicou fake news por estar sob efeito de morfina

Anderson Torres e Bolsonaro deram desculpas similares Créditos: Reprodução/Agência Brasil
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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso desde 14 de janeiro por sua omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, entregou a senha errada de seu celular e e-mail para a Polícia Federal. A desculpa da defesa foi um suposto "comprometimento cognitivo" do detido.

Na semana passada, noticiamos que o bolsonarista teria entregado as senhas para tentar se livrar da prisão preventiva. Contudo, após tentar periciar os celulares e os e-mails, a Polícia Federal descobriu que Torres havia enviado senhas erradas para as autoridades.

A entrega das chaves para as redes foram vistas como uma forma de colaboração com as investigações, logo após Torres pedir um habeas corpus para o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Contudo, após observar que a Polícia Federal esbarrou nas senhas erradas, o ministro negou o pedido. Em resposta, a defesa deu uma desculpa envolvendo a saúde mental de Torres.

“É possível que as senhas tenham sido fornecidas equivocadamente, dado o seu grau de comprometimento cognitivo”, diz o texto da defesa.

“Nesse cenário, tendo em vista o atual estado mental do requerente, com lapsos frequentes de memória e dificuldade cognitiva, a confirmação da validade das senhas, na hodierna conjuntura, revela-se sobremaneira dificultosa”, disse.

A defesa ainda sugere uma quebra judicial do sigilo das contas de Torres. “A despeito disso, no afã de contribuir e para afastar qualquer “especulação” acerca da validade das senhas fornecidas, a defesa requer a Vossa Excelência que expeça ofício à Apple e ao provedor “uol”, para que estes disponibilizem à Polícia Federal todos os dados referentes à nuvem e ao e-mail pessoal do peticionário", afirma.

Nesta sexta-feira, o ministro Luis Roberto Barroso negou um outro pedido de habeas corpus feito pelos advogados do ex-ministro da Justiça.

Na quarta-feira, a defesa de Jair Bolsonaro alegou que o ex-presidente da República fez postagens duvidando do resultado eleitoral com fake news por estar sob efeito de morfina.