O deputado federal Felipe Becari (União Brasil-SP) é investigado pela Polícia Civil, a pedido do Ministério Público de São Paulo (MP), por suspeita de ter cometido o crime de peculato, ou seja, usar dinheiro público para fins privados. As informações são da coluna Em Off, do site Meio Norte.
A investigação da Polícia Civil apura se Felipe Becari, quando vereador da cidade de São Paulo, usou recursos da Câmara Municipal de São Paulo para pagar funcionários de sua ONG, o “Instituto Felipe Becari”.
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De acordo com a denúncia, três assessores de Felipe Becari desempenharam outras funções durante o expediente na Câmara. Suspeita-se de que, apesar de serem pagos com dinheiro público, eles não trabalhavam de maneira regular no gabinete de Felipe Becari entre 2018 e 2022.
O jornalista Erlan Bastos teve acesso ao documento e este aponta que Felipe Becari e os assessores Fábio de Souza Oliveira, Andressa Santos Irenio e Antônio Carlos Mingrone Júnior utilizavam a estrutura da Câmara Municipal da cidade de São Paulo para realizar atividades referentes ao instituto criado por Becari.
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Diante da denúncia, o delegado Antônio Caros Munuera Silveira autorizou a abertura da investigação pela suposta prática do crime de peculato praticado por Felipe Becari quando vereador da capital paulista. Silveira também pediu à Câmara que envie à polícia a relação de funcionários concursados e comissionados do gabinete de Felipe.
Além disso, a denúncia também aponta que o então vereador Felipe Becari "destinaria recursos públicos às pessoas nominadas para efetuarem a filmagem dos resgates de animais em situações de maus-tratos e expô-las em redes sociais tão somente para a obtenção de benefícios pessoais".
A defesa do deputado Felipe Becari classificou a denúncia como "completamente falsa e de cunho criminoso". Também afirmou que tomando todas as medidas judiciais cabíveis e colaborando com a investigação.
Reincidente
Essa não é a primeira vez que o deputado federal Felipe Becari é investigado pelo crime de peculato.
A juíza Carla Santos Balestreri, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou, em fevereiro deste ano, a quebra do sigilo bancário da Atos 360 LTDA, fundada por Mayra Morelli Gaia Fuje.
Maya Morelli é prima de Rafael Saraiva Gaia, que trabalhou como chefe de gabinete do então vereador Felipe Becari em São Paulo.
Essa primeira denúncia leva para o fato de que na prestação de contas do gabinete de Becari de 2021 há o pagamento à empresa de Mayra de cerca de R$ 110 mil.
A empresa foi fundada por Mayra no fim de janeiro de 2021 e emitiu notas para o gabinete de Becari até outubro do mesmo ano.
Para a magistrada, a criação da empresa pode ter tido como objetivo a prática do crime de peculato. "Tal pessoa jurídica sequer possui cadastro junto ao Cadesp [Cadastro de Contribuintes de ICMS do Estado de São Paulo], tudo a indicar sua possível criação para o fim da prática do crime em análise nestes autos”, declarou a magistrada.