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Indicado pelo União Brasil ao governo, ministro das Comunicações usa avião da FAB para ir a leilão de cavalos

Juscelino Filho, que foi indicado de última hora para a cota do União no governo, ainda teria ocultado a propriedade de 12 cavalos Quarto de Milha, no valor de R$ 2,2 milhões, da Justiça Eleitoral.

Luciano Bivar, presidente do União, e o ministro Juscelino Filho.Créditos: Cléverson Oliveira/Mcom
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Indicado de última hora pelo União Brasil para a cota do partido no governo Lula, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA) voltou às manchetes da mídia liberal ao usar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar de Brasília a São Paulo, onde participou de um leilão de cavalos da raça Quarto de Milha.

Segundo reportagens do jornal O Estado de S.Paulo, a "carona" de Juscelino Filho no avião da FAB aconteceu na tarde do dia 26 de janeiro. Em São Paulo, o ministro teria assessorado e promovido venda dos próprios cavalos e recebeu um troféu de vaqueiros.

Além da viagem, Juscelino teria recebido diárias no valore de R$ 3 mil durante quatro dias e meio que esteve na capital paulista, apesar de ter tido agenda como ministro em dois desses dias.

Em outra reportagem, o jornal denuncia ainda que Juscelino Filho teria escondido um patrimônio de cerca de R$ 2,2 milhões em cavalos Quarto de Milha.

Quando registrou a candidatura, em agosto passado, o ministro, que foi eleito deputado federal, tinha pelo menos 12 cavalos de raça no haras Vitorino Freire, no Maranhão.

Antigo aliado de Jair Bolsonaro (PL), Juscelino Filho usou R$ 5 milhões do orçamento secreto quando era deputado federal para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à fazendo onde funciona o haras.

O dinheiro pedido por Juscelino Filho foi direcionado à prefeitura de Vitorino Freire, que é comandada pela irmã dele, Luana Rezende (União), que contratou a Construservice, empresa que está em nome de laranjas e cujo verdadeiro dono, Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo Imperador, foi preso em julho acusado de pagar propinas em obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

No último dia 15, Juscelino recebeu em seu gabinete o deputado federal conhecido como Yuri do Paredão (PL).

Apoiador contumaz de Bolsonaro, Yuri tem uma longa ficha corrida. Em 2018, ele foi preso após atirar contra um empregado. Por não possuir registro de arma de fogo, ele foi autuado por porte ilegal de arma de fogo e disparos de arma de fogo, mas foi solto alguns dias depois.

Já em dezembro do ano passado, Yury sofreu um mandado de busca e apreensão dentro da operação Ipuçaba, da Polícia Federal contra corrupção.

A apurava contratações de empresas pela prefeitura de Ouricuri para prestar serviços de transporte de alunos da rede pública e locação de veículos para atendimento das Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social.

As investigações apontaram para uma eventual existência de uma organização criminosa especializada em desviar recursos públicos por empresas de fachadas constituídas para fraudar licitações e superfaturar contratos.