Autointitulado "jornalista-raiz", o bolsonarista Jorge Serrão, comentarista do programa "3 em 1" da Jovem Pan, deu uma demonstração nesta segunda-feira (24) de como apoiadores de Jair Bolsonaro estão se perdendo em sua própria narrativa ao tentar "comprovar" que os atos golpistas de 8 de janeiro foram forjados pelo próprio governo Lula.
Ao repercutir um dos novos vídeos da invasão ao Palácio do Planalto, disponibilizados pelo governo federal após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Serrão soltou uma fake news grotesca: ele questionou o que um dos invasores estaria fazendo com "uma bandeira do MST" nas mãos, em uma tentativa de associar o levante antidemocrático ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, consequentemente, à esquerda e ao governo Lula.
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"Pergunta para a CPMI fazer: O que esse 'patriota' estaria fazendo com a bandeira do MST na mão, dentro do Palácio do Planalto, durante a invasão com depredação do 8 de janeiro???", escreveu o "jornalista-raiz" em seu Twitter.
Acontece que a bandeira que o golpista aparece segurando nas imagens não é do MST, mas do estado do Rio Grande do Sul. As flâmulas, inclusive, sequer possuem semelhança entre si.
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Rebatido por usuários das redes sociais, Serrão reagiu relativizando sua fake news. "Parece que a bandeira é a do Rio Grande do Sul e não a do MST...", escreveu em uma publicação.
Depois, passou a atacar quem seguiu apontando sua mentira. "Prezado imbecil... Não viu nas postagens seguintes que já admiti o erro sobre a bandeira gaúcha e já fiz a correção em reply??? A esquerdalha só enxerga o que lhe convém... Nunca vê a realidade... Craque em destruir a atacar... É o Nazicomunofascismo em ação!", escreveu, por exemplo, em resposta a uma internauta.
MST reage com ironia
Em meio à repercussão da fake news de Jorge Serrão, o próprio MST, citado na postagem do "jornalista", reagiu com ironia. "Alguém disse MSTCHÊ?!", diz uma postagem feita no perfil do movimento social junto a uma cuia de chimarrão, bebida típica dos gaúchos.