Depois do ministro da Justiça, Flávio Dino, foi a vez do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, humilhar bolsonaristas na Câmara dos Deputados. Em audiência na Comissão de Segurança Pública da Casa nesta quarta-feira (12), Almeida chegou a dar risada depois que o bolsonarista Paulo Bilynskyj (PL-SP) tentou emparedá-lo sem nenhum embasamento.
Silvio Almeida é a favor de uma revisão na Lei de Drogas e este é um dos principais assuntos em pauta na sessão. Após fazer um discurso contra a descriminalização de qualquer tipo de droga no país, Bilynskyj citou supostos dados de que o Uruguai, após a legalização da maconha, viu seu índices de criminalidade aumentarem.
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"Sobre o Uruguai o senhor não respondeu. Onde houve mais que o dobro de apreensões com a legalização, aumento da criminalidade. O senhor simplesmente desconsiderou essa informação", disse o bolsonarista, afirmando ainda que a Indonésia é um "ótimo exemplo de políticas duras de combate ao tráfico de entorpecentes", se referindo ao país que aplica pena de morte em caso de condenação.
"Eu queria que o senhor comentasse a questão específica do Uruguai com relação à descriminalização das drogas, aumento da apreensão de entorpecentes e aumento da criminalidade", prosseguiu Bilynskyj.
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Foi neste momento que Silvio Almeida impôs constrangimento ao deputado, expondo que as informações que estava citando não tinham qualquer crédito.
"A única coisa que vou dizer ao deputado é que ele me dê acesso a esses estudos, eu gostaria de tê-los. Se é dado, ele vem de algum estudo, não existe dado que não venha de algum estudo", respondeu o ministro, sob tentativa de interrupção do bolsonarista.
"Não, não existe isso. Isso é uma questão científica, deputado. Então, se é dado, ele foi produzido com método científico e com estudo. Então, gostaria de ver esse estudo", prosseguiu Almeida.
Bilynskyj, então, gritou afirmando que "dado é a constatação da realidade". Silvio Almeida, por sua vez, deu uma risada percebendo que a discussão com o bolsonarista sem embasamento não levaria a lugar algum. "É isso, obrigado, presidente", cortou o ministro.
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