A dor de cabeça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após o surgimento do escândalo das joias “presenteadas” pelo governo da Arábia Saudita não para de aumentar. Após todo o arcabouço probatório juntado até agora sobre o caso, com imagens gravadas na Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, e-mails de autoridades aduaneiras pressionando pela liberação do estojo de R$ 16,5 milhões, telefonemas e documentos determinando a liberação ilegal do “tesouro”, agora foi a vez da Polícia Federal se pronunciar sobre o episódio.
Há alguns dias, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, solicitou à PF que fosse aberta uma investigação para apurar as graves acusações de que o ex-mandatário se apoderou de bens que seriam da União. No despacho de segunda-feira (6), que foi divulgado nesta quinta (9) pelo portal Uol, as autoridades dizem ver claros indícios de que Bolsonaro cometeu crimes contra a administração pública.
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“Os indícios iniciais permitem-nos concluir pela necessidade de uma melhor apuração, conforme determinado pelo Exmo. Ministro da Justiça, mormente por existir a possibilidade da prática de eventuais crimes contra a administração pública, cometidos em detrimento de bens, interesse ou serviço da União, nos termo do art. 144, § 1º da Constituição Federal”, diz o trecho do despacho da Corregedoria-Geral da Polícia Federal.
Inicialmente, dizem de forma reservada alguns delegados, a apuração é pelo crime de descaminho, mas possivelmente o objeto de investigação será aumentado e Jair Bolsonaro pode responder outros crimes cometidos na tentativa de ficar com as joias que deveriam ir para o acervo público da Presidência da República.