O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e sua comitiva já estavam na mira dos auditores da Alfândega, mesmo antes da apreensão de R$ 16,5 milhões em joias. De acordo com reportagem de Adriana Fernandes e André Borges no Estadão, a quantidade de compromissos fora do País - dez viagens para o exterior em um único ano - já havia chamado a atenção dos órgãos de fiscalização.
Levantamento feito desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2019, até deixá-lo em maio de 2022, em meio às pressões de Bolsonaro para intervir no preço dos combustíveis da Petrobras, Albuquerque fez inúmeras viagens internacionais como ministro.
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Os compromissos oficias em outros países só pararam em 2020, quando explodiu a pandemia.
As viagens
Apenas em 2019, foram dez viagens ao Exterior, em países como Israel, Estados Unidos, Argentina, Japão, China, Áustria, França e Espanha. Em algumas delas, ele acompanhava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outras, seguia com sua comitiva para eventos ligados ao setor de minas e energia.
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Em 2020, com a pandemia, foram apenas três compromissos. Albuquerque esteve na Índia, nos Estados Unidos e na Áustria, para a conferência anual do setor elétrico.
Em 2021, foram seis encontros internacionais. Passou pelos Estados Unidos, Áustria, Rússia, Inglaterra e Emirados Árabes. Foi neste ano, em outubro, que ele fez a visita à Arábia Saudita.
Bento Albuquerque teve compromissos naquele país durante quatro dias, incluindo encontro com o príncipe Abdulaziz bin Salman Bin Abdulaziz Al-Saud, ministro de Energia da Arábia Saudita, e o príncipe Mohammed bin Salman.
Foi na hora de ir embora, quando deixava o hotel com a sua comitiva para retorno ao Brasil, que o governo árabe entregou os presentes milionários para Bolsonaro.
Em 2022, Bento Albuquerque esteve por apenas cinco meses – de janeiro a maio - no Ministério de Minas e Energia, mas, mesmo assim, o almirante fez sete viagens internacionais, passando por países como Suriname, Guiana, Uruguai, Portugal, Rússia e Índia.
Com informações do Estadão