POLÍTICA

Petrobras: Bolsonaro inicia processo de fritura do ministro Bento Albuquerque

Presidente repete com o militar que comanda o Ministério de Minas e Energia estratégia que acabou na demissão de Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras

Bento Albuquerque e Jair Bolsonaro.Créditos: Reprodução/Youtube
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A desistência repentina do empresário Adriano Pires em assumir o comando da  Petrobras - que tem como pano de fundo a privatização da companhia - segue rendendo crises internas no Palácio do Planalto.

Irritado com a malsucedida indicação de Pires para a presidência da companhia, Jair Bolsonaro (PL) também responsabilizou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pela proposta de adiamento da assembleia que mudará a diretoria da empresa, daqui uma semana.

A estratégia de fritura contra o ministro já foi usada por Jair Bolsonaro contra outros que ocuparam o comando de pastas em seu governo, como Abraham Weintraub, na Educação, e também na presidência da estatal, como Roberto Castello Branco e o próprio general Joaquim Silva e Luna, que está de saída.

As informações são da Folha de São Paulo desta terça-feira (5). Contudo, na tentativa de estancar o desgaste, o adiamento da assembleia é considerado uma opção no governo, onde o general Silva e Luna, demitido por Bolsonaro, continuaria no cargo, até a aprovação dos novos nomes. 

O Planalto havia divulgado que Silva e Luna não ficaria mais à frente da Petrobras e o próprio general se manifestou dizendo-se traído pela forma como o processo foi conduzido. Agora, a palavra de ordem é pela  discrição quanto aos próximos indicados.

Porém,  embora não quisesse  se envolver com a indicação de um nome para a Petrobras, o  ministro da Economia, Paulo Guedes passou a defender seu secretário especial Caio Paes de Andrade. 

No entanto, o nome do secretário especial aparece envolvido em um processo judicial em que uma das empresas, a Conclusiva Empreendimentos e Participações. Há   suspeita de que o secretário possa ter se valido do cargo para vasculhar seus dados financeiros para repassá-los a outra companhia que pertence a um amigo do ministro Paulo Guedes e com quem a Conclusiva trava uma batalha jurídica.

Privatização

O perfil privatista do economista Adriano Pires - dono de uma consultoria que atende empresas que disputavam com a Petrobras -  agradava aliados de Jair Bolsonaro no Centrão. Com  mais uma crise provocada pelo governo na gestão da companhia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a defender a privatização da Petrobrás nesta terça-feira (5), com o argumento de que a empresa "não gera benefícios para o país". Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) considera a empresa bem administrada e produtiva para a sociedade.