GOVERNO LULA

Ministro Juscelino Filho é alvo de novo escândalo horas antes de reunião com Lula

Antigo aliado de Bolsonaro e alvo de diversas denúncias, ministro das Comunicações, indicado pelo União Brasil, vai prestar esclarecimentos a Lula sob forte pressão para sua exoneração do cargo.

Lula no anúncio da indicação de Juscelino Filho para o Ministério das Comunicações.Créditos: Ricardo Stuckert
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Horas antes da reunião com Lula para definir seu futuro - o mais provável é que seja demitido -, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que faz parte da cota do União Brasil no governo, virou alvo de mais um escândalo. 

Antigo aliado de Jair Bolsonaro (PL), Juscelino Filho recebeu recursos do orçamento secreto e destinou para construção de uma estrada que passa em frente ao seu haras no Maranhão. O ministro, que recontratou ao menos 9 bolsonaristas ao assumir a pasta, também prometeu devolver dinheiro público após pegar carona em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e receber diárias para participar de um evento sobre cavalos Quarto de Milha, raça da qual é criador, em São Paulo.

Lula reservou agenda no Planalto das 16h às 17h desta segunda-feira (6) para que o ministro possa prestar esclarecimentos, sob forte pressão para sua exoneração.

No entanto, nova reportagem do jornal O Estado de S.Paulo mostra que o sócio de Juscelino Filho no haras, Gustavo Gaspar, atua como funcionário fantasma na liderança do PDT no Congresso, com salário de R$ 17,2 mil.

Gaspar é sócio da irmã do ministro, a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende, e irmão de Tatiana Gaspar, contratada por Juscelino como assessora especial do Ministério das Comunicações, com salário de R$ 13,2 mil. O pai de Gaspar, de 80 anos, também já foi empregado no gabinete no congresso de Juscelino, que se licenciou do mandato de deputado federal para ir para o governo.

Apesar de estar lotado no cargo comissionado como assistente parlamentar sênior no gabinete da liderança do PDT na Câmara, Gaspar não é conhecido por ninguém que trabalha lá e está dispensado de assinar o ponto.

As denúncias envolvendo o ministro abriu crise entre o PT e governistas contra o União Brasil, que tenta sustentar Juscelino Filho no cargo.

"Eu já pedi para o (ministro da Casa Civil) Rui Costa para convocar ele para, segunda-feira, a gente ter uma conversa porque ele tem direito de provar sua inocência. Mas se ele não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, disse Lula em entrevista à BandNews na quinta-feira (2).

Neste sábado (4), Juscelino se antecipou e disse, em tuite, que está "comprometido em esclarecer ao presidente Lula todas as denúncias infundadas feitas pela imprensa".

"Reitero que não houve irregularidades nas viagens citadas e que tudo está devidamente documentado. Também agradeço a oportunidade de ser ouvido com isenção e serenidade", tuitou.