Aliados, familiares e até mesmo o próprio Jair Bolsonaro (PL) estão apavorados com a possibilidade de o ex-ministro da Justiça Anderson Torres fazer delação premiada ou algum gesto que prejudique o ex-presidente na Justiça.
Preso há mais de dois meses, Torres é acusado de omissão com relação aos atos golpistas de 8 de janeiro. O primeiro indício da possibilidade de ele abrir o bico foi a troca de advogados. Ele demitiu Rodrigo Roca, indicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), que o defendeu no caso das “rachadinhas”.
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Ele quer um defensor de fora das hordas bolsonaristas. Alguém que o afaste do círculo golpista.
Roca, por exemplo, sequer conseguiu ser recebido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Nem mesmo com a ajuda da esposa de Anderson Torres, Flávia Sampaio Torres, que esteve em vários gabinetes de magistrados em Brasília procurando uma forma de ser recebida por Moraes, que comanda os inquéritos dos atos de 8 de janeiro e o das milícias digitais.
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Abandonado
Outra indicação de que ele pode falar é o desgaste e o sumiço dos ex-aliados. Flávia afirmou em conversas fechadas que o ex-ministro está com depressão e se sentindo abandonado. O relato foi confirmado por outras pessoas que mantiveram contato com Torres ao longo das últimas semanas.
De acordo com a coluna de Malu Gaspar, no Globo, um amigo do ex-ministro avalia que, por ora, o objetivo dele é ficar em liberdade. Sobre as chances de uma delação premiada, responde: “Não tem esse risco”, mas faz uma ressalva. “A não ser que o Anderson queira.”
“A prisão de Torres é o símbolo do bolsonarismo atrás das grades, enquanto o ex-presidente está solto. Para tirá-lo da cadeia, é preciso revirar toda uma narrativa”, afirma outro interlocutor do ex-ministro.
Com informações da coluna de Malu Gaspar