AMÉRICA LATINA

Moro posa com líderes da extrema-direita latina e tenta ocupar vácuo deixado por Bolsonaro

Com Bolsonaro nos EUA e em meio aos holofotes pela investigação sobre o PCC, Moro repetiu jargão de Macri para atacar progressistas na América Latina, entre eles Lula.

Sergio Moro com líderes da extrema-direita latino americana.Créditos: Twitter
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Com Jair Bolsonaro (PL) há quase quatro meses de férias nos EUA, para onde fugiu no final de dezembro para não passar a faixa presidencial a Lula, Sergio Moro (União-PR) entrou definitivamente na disputa para deixar o vácuo na extrema-direita, aproveitando os holofotes da narrativa criada diante da operação da Polícia Federal que prendeu um grupo do Primeiro Comando da Capital, o PCC, que planeja ataques a autoridades.

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Nesta segunda-feira (27), Moro publicou nas redes sociais uma foto de um encontro que teve com líderes da extrema-direita latino americana, como os ex-presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Chile, Sebastian Piñera, derrotados por progressistas nas últimas eleições presidenciais.

No tuite, Moro usou um velho chavão da direita neoliberal latino-americana, de chamar líderes progressista de "poulistas".

"Contra o populismo na América Latina, participei de encontro em Buenos Aires com grandes lideranças iberoamericanas, ex-Presidentes @mauriciomacri, @FelipeCalderon, @sebastianpinera, Jorge Quiroga (@tutoquiroga), deputada espanhola Cayetana Álvarez de Toledo (@cayetanaAT), em prévia da reunião da Fundacion Internacional para la Libertad (@FundacionFIL). Ainda na foto Juliana Awada e Gerardo Bongiovanni".

Em meio às especulações sobre a suposta "armação" no desencadeamento da operação sobre o PCC, Moro voltou a atacar Lula, comparando o Brasil atual com a Argentina, sem dizer, no entanto, que o país vizinho teve a economia destruída por Macri, que estava a seu lado.

"O populismo tem arruinado a América Latina. A Argentina, apesar de ser um grande país, é um exemplo, com inflação de 100% ao ano em decorrência de políticas erradas de um Governo populista. O Brasil segue, atualmente, o mesmo receituário infeliz, com uma política fiscal irresponsável e administração ideológica", escreveu o senador.

Durante o encontro, Macri anunciou que desistiu de concorrer novamente à Presidência nas eleições deste ano na Argentina.

"Quero ratificar a decisão de que não serei candidato nas próximas eleições. Há um grande número de novos líderes. Espero que não nos deixem ser pisoteados pelo populismo", disse Macri, usando o mesmo chavão propalado por Moro.