Buscando criar mecanismos para tentar conter o debandada de apoiadores após a derrota do pai, Jair, nas eleições presidenciais, e as ações judiciais contra fake news, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está promovendo nas redes um mecanismo para burlar o bloqueio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de perfis de aliados que ecoam o discurso do gabinete de ódio na extrema-direita.
Neste sábado (11), o deputado federal lançou o "Boletim Conservador" para distribuir por e-mail conteúdo bloqueado nas redes sociais e gravou um vídeo explicando como usar um mecanismo para burlar os bloqueios de perfis pela Justiça.
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"Determinados políticos estiveram sob censura, não puderam usar suas redes sociais. Nesse período, você gostaria de ouvir o que esse político estava fazendo de vídeo, o que ele estava te orientando? E num canal seguro gente. Não tem como você 'derrubar' uma lista de e-mail. Isso não existe. Então é a maneira que a gente encontrou para que a gente possa manter nosso contato independentemente da censura", disse o deputado sobre o "boletim".
Em seguida, Eduardo divulga um serviço que, segundo ele, é usado para por opositores para burlar "ditaduras": o VPN, sigla de Virtual Private Network, ou Rede Privada Virtual. O mecanismo, no entanto, foi usado por aliados, como Allan dos Santos para tentar criar perfis após a suspensão de suas contas nas redes sociais pela Justiça.
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"Eu gosto muito de aprender com quem tem experiência. E nesse caso de censura, ditadura, etc, que tem mais experiência nisso? São os cubanos, os venezuelanos, os nicaraguenses. Essas pessoas sabem muito antes de nós o valor de um VPN", diz Eduardo, antes de explicar o funcionamento do mecanismo.
"Sabe o que é um VPN? VPN é um aplicativo [...], normalmente é pago, mas eu acho que vale a pena - se você tiver condições, pague, tem alguns até baratos. O VPN é como se você pegasse o seu celular e teletransportasse ele para o exterior", explica.
"Então, às vezes, o seu celular vai estar com um IP [dado de identificação] da Hungria, às vezes com um IP de Moçambique, do Japão, da Austrália. E o que acontece? Então, você tem acesso a todas aquelas pessoas que porventura estejam bloqueadas no seu país. O VPN serve para isso. Pensa em alguém que você gosta - um político, um jornalista, um youtuber, um ativista - se ele estiver bloqueado no Brasil, você pode continuar assistindo ele se estiver ligado no VPN", conta Eduardo.