O ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) prestou depoimento nesta quinta-feira (7) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) no âmbito de duas ações movidas contra ele, que o acusam de abuso de poder econômico, caixa dois e utilização indevida de meio de comunicação durante a pré-campanha eleitoral de 2022. Os processos pedem a cassação do mandato do parlamentar.
À Fórum, o professor Luiz Henrique Dias, do PT de Foz de Iguaçu (PR), avalia que Moro será cassado, pois "hoje ele sofre dois isolamentos: um político e outro moral". Além disso, o educador afirma que "a Justiça está sendo feita para o povo paranaense".
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"Primeiro, ele brincou com as pessoas na questão do domicílio eleitoral, sendo candidato aqui enquanto sua esposa foi candidata a deputada por São Paulo. Eu mesmo movi uma ação sobre isso durante as eleições. Agora, vieram à tona as práticas que ele usou na campanha. Ou seja, ele sempre achou que estava acima da Lei, mesmo quando era juiz e, ao invés de defender a Justiça, usou de sua posição para perseguir e prender o presidente Lula. Mas, como sabemos, a história é implacável e a verdade sempre vem à tona", disse Luiz Henrique Dias.
Confira abaixo o passo a passo que pode levar à cassação de Sergio Moro
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Moro lança pré-candidatura presidencial pelo Podemos no início de 2022
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Inicia pré-campanha enquanto candidato à presidência da República com recursos públicos
- Podemos veta a candidatura presidencial de Moro
- Moro se desfilia do Podemos e migra para o União Brasil para se candidatar ao Senado por SP
- Justiça Eleitoral veta candidatura de Moro por não possuir vínculos com o estado paulista
- Moro, então, lança novamente candidatura ao Senado, mas agora pelo seu estado natal, Paraná
- Moro é eleito senador pelo Paraná com 1.953.159 votos
- PL e Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB e PV) ingressam com ações contra Moro
- O ex-juiz é acusado de abuso de poder, caixa 2, uso indevido dos meios de comunicação e contratos irregulares na pré-campanha
- As ações apontam que Moro não incluiu em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral gastos com a pré-campanha
- É apontado que Sergio Moro extrapolou o teto estabelecido para a campanha ao Senado no Paraná, que é de R$4,4 milhões
- Moro presta depoimento e nega que tenha usado a pré-campanha como "catapulta eleitoral", mas se enrola ao falar da prestação de contas
O que acontece agora?
- Os advogados de Moro devem entregar as alegações finais ao TRE do Paraná
- A Justiça Eleitoral do PR analisa a defesa
- A etapa final do julgamento deve ocorrer no início de 2024
- Caso seja condenado, Moro perde o mandato de senador e fica inelegível por oito anos