Em confidências com aliados mais próximos, Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado o medo que tem caso o nome do ministro da Justiça, Flávio Dino, seja aprovado pelo Senado para ocupar a vaga deixada por Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF), que acontece na próxima quarta-feira, 13 de dezembro.
Ex-juiz federal e ex-governador do Maranhão, Dino é a segunda indicação de Lula para ocupar uma vaga na corte. A primeira foi de Cristiano Zanin Martins, advogado que o defendeu no processo de lawfare da Lava Jato.
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Segundo informações de Bela Megale, no jornal O Globo, Bolsonaro tem confessado a amigos que a indicação de Dino ao STF tem o objetivo de aumentar "o cerco" contra ele.
Em sua análise, o ex-presidente acredita que Dino se alinhará a Alexandre de Moraes, considerado "inimigo" por ele, e Gilmar Mendes.
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Posse de Milei
Bolsonaro participa no próximo domingo (10) da posse do ultradireitista Javier Milei como presidente da Argentina. O ex-presidente chegou a Buenos Aires por volta das 21h30 desta quinta-feira (7) levando uma comitiva de parlamentares e aliados próximos e deve almoçar com o presidente eleito argentino nesta sexta-feira (8).
Mesmo declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, Bolsonaro deu indícios de que ainda espera uma reversão da decisão em rápida entrevista à mídia local ao chegar na Argentina.
Indagado sobre o que espera da relação entre Brasil e Argentina com a posse de Milei - que durante a campanha chegou a afirmar que não negociaria com "comunistas", incluindo Lula na lista -, Bolsonaro respondeu.
"Espero que [Milei] tenha um bom relacionamento com o Brasil...", afirmou. "A partir de 27", emendou, sobre a data de posse do sucessor do atual governo Lula.
O presidente brasileiro não deve ir à posse do ultradireitista na Argentina. Nessa quinta-feira, em reunião dos chefes de Estados que compõem o Mercosul, Lula lamentou a saída de Alberto Fernandez, de quem é amigo pessoal.
Em contrapartida, Bolsonaro deve ter honrarias de chefe de Estado durante a posse e vai integrar cerimônias fechadas no parlamento e na Casa Rosada, a convite de Milei.
A participação de Bolsonaro está sendo intermediada pelo jornalista Giovanni Larosa, que atuou na campanha de Milei. Larosa já recebeu dinheiro público de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e foi o responsável pela articulação política entre a ultradireita argentina e os bolsonaristas.
Bolsonaro também deve conceder entrevista às 20h desta sexta ao canal televisivo LN+, ligado ao jornal La Nación, articulada por Eduardo Bolsonaro.
"Quem está com a agenda é meu filho Eduardo. Tenho uma entrevista de manhã numa rádio, tenho um jantar amanhã. Está programado muita coisa", disse Bolsonaro à Folha de S.Paulo ao desembarcar na Argentina.