Alvo de ataques grosseiros da ultradireita fascista, de bolsonarista e mais recentemente de sionistas de esquerda, o padre Júlio Lancellotti está recebendo a solidariedade do Núcleo Nacional Política e Religião Teologia da Libertação que, neste sábado (2), iniciou um abaixo-assinado na internet pedindo a anulação da convocação feita pelo vereador Rubinho Nunes (União), fundador e eleito pelo MBL, que deixou o movimento em outubro do ano passado, para que o religioso explique o trabalho que faz com os pobres da região central de São Paulo na Câmara Municipal.
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"A convocação do padre Lancellotti por este vereador é uma clara tentativa de intimidar e censurar um dos maiores defensores dos direitos humanos em atividade no Brasil. O vereador, que já se manifestou contra a população de rua e os usuários de drogas, claramente não tem interesse em ouvir o que o padre tem a dizer, mas se notabilizar por sua estupidez política e para angariar apoios entre insensíveis e gente sem noção de caridade e serviço aos marginalizados", diz o texto - leia e assine aqui.
O pedido é endereçado ao presidente da Câmara paulistana, Milton Leite, que é filiado ao mesmo União, de Nunes.
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"Recorremos à Vossa Excelência, que no uso de suas atribuições na presidência do Legislativo Paulistano forçar essa desconvocação imediatamente e que cesse a perseguição contra o padre Júlio Lancelotti por parte dos vereadores paulistanos e que o mesmo se desculpe publicamente por sua atitude", emenda o abaixo-assinado.
"Saco cheio"
Em vídeo divulgado nas redes, Nunes diz estar de "saco cheio desse padre agir como se fosse alguém acima do bem e do mal" e reclama dos cancelamentos e da perda de seguidores após a aprovação da convocação de Júlio Lancellotti.
"Pessoal, nesse vídeo veja o número de comentários raivosos e odiosos me cancelando pura e simplesmente porque eu convoquei o padre Julio Lancellotti para vir à Frente Parlamentar em Defesa do Centro, ao qual eu presido, para prestar sobre o trabalho que ele diz prestar na paróquia aqui na região central com pessoas em situação de rua, com cracudos", disse o cofundador do MBL, destilando aporofobia.
Em seguida, ele ironiza e diz que "pode chorar, pode espernear, o choro é livre, mas o padre vai ter que se explicar".
De forma simples, Júlio Lancellotti usou um cartum de Marcos S. Souza para rebater o ódio do vereador do MBL na rede X, antigo Twitter.
No desenho, Nunes indaga: "por que fica alimentando pobres e mendigos, padre Júlio?". E é rebatido por uma figura de Jesus: "Porque foi exatamente isto o que ele aprendeu comigo".