Que o senador Sergio Moro (União-PR) seja de extrema direita não é nenhuma novidade. No entanto, nesta quinta-feira (28), o ex-juiz deu um passo à frente e fez elogios ao governo do novo presidente da Argentina, Milei.
Para Moro, Milei, que encerrou uma série de programas sociais, fechou os ministérios da Saúde, Educação e Direitos Humanos, e basicamente anunciou que vai perseguir e reprimir opositores, é um governante "ousado".
Te podría interesar
Além disso, o senador teve a audácia de comparar Lula com Milei, afirmando que, ao se comparar os dois mandatários, o presidente brasileiro representa o "atraso" e o argentino, a "ousadia".
Dessa maneira, subentende-se que promover o Brasil para parcerias econômicas internacionais, os Direitos Humanos e a justiça social é o "atraso", e o contrário disso, a "ousadia".
Te podría interesar
"Não sei se as reformas na Argentina serão aprovadas e se darão ou não certo, mas a comparação entre a ousadia e o retrocesso desse Governo Lula é gritante", escreveu Moro em seu perfil no X (antigo Twitter).
Milei libera geral e trabalhador argentino pode receber salário em carne, banana ou bitcoin
O governo Javier Milei decretou nesta sexta-feira (22) que os empregadores argentinos não são mais obrigados a pagar o salário de seus funcionários com o peso, moeda oficial do país.
LEIA TAMBÉM: Advogados de transnacionais teriam ajudado na elaboração de decreto "motosserra"
Para "legalizar o bitcoin", o governo decidiu liberar geral e autorizar o pagamento por escambo. Assim, os trabalhadores argentinos agora podem receber seus salários em "equivalentes" de carne de boi, leite, bitcoin ou literalmente qualquer outra coisa que valha dinheiro. A medida vale para todos os contratos firmados no país, inclusive de trabalho, aluguel ou comércio.
“A aprovação formal do uso de Bitcoin e criptografia em contratos pela Argentina representa um grande avanço em direção à crescente adoção em massa de criptomoedas no país. Este novo cenário de livre competição monetária abre o jogo para que novos casos de uso sejam construídos sobre blockchain: desde a coleta um salário em criptografia, solicitando empréstimos com garantia em Bitcoin para produtos de crédito", explicou Ramiro Menne, especialista em educação em criptografia da Lemon ao site El Cronista.
As palavras são de Diane Mondino, ministra das relações exteriores da Argentina e uma das principais figuras do governo de Javier Milei.
"Ratificamos e confirmamos que na Argentina os contratos podem ser celebrados em Bitcoin. E também qualquer outra cripto e/ou espécie como quilos de novilho ou litros de leite", afirmou Mondino.
O novo decreto do pacotão do mal de Javier Milei tem a seguinte redação: "Art 766. - Obrigação do devedor: O devedor deve entregar o valor correspondente da moeda designada, quer a moeda tenha curso legal na República ou não", disse.
A medida se soma a um aumento do preços dos alimentos, da energia e dos combustíveis, além do corte das obras públicas e uma série de outras medidas ultraliberais que pretendem "desestatizar" a economia argentina.
Os planos neoliberais de Milei já enfrentaram piquetes massivos em Buenos Aires nesta quarta-feira (20). Dois manifestantes foram presos e o governo ameaça cortar os benefícios sociais dos argentinos que protestarem contra as medidas do governo.