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Cláudio Castro pode ser o sexto governador do Rio de Janeiro a ir para a cadeia

Assim como antecessores, atual mandatário é investigado por corrupção e teve sigilos telefônico, fiscal, bancário e de e-mail quebrados; Relembre a lista

Cláudio Castro ao lado de Jair Bolsonaro.Créditos: Alan Santos/PR
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Cláudio Castro (PL), a exemplo de cinco dos seus antecessores, é investigado por corrupção pela Polícia Federal e teve os sigilos telefônico, fiscal, bancário e de e-mail quebrados após decisão do Superior Tribunal de Justiça. Se as coisas andarem como geralmente andam, ele pode ser o sexto governador do Rio de Janeiro a ir parar na cadeia.

Castro é investigado pela PF por desvios em contratos da assistência social do governo do Estado, além do pagamento de propinas para agentes públicos entre 2017 e 2020. Nesta quarta (20), Vinícius Rocha, presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AgeRio) e tido pelo governador como um “irmão de criação”, foi alvo de busca e apreensão.

De acordo com matéria publicada pelo portal Metrópoles, a PF encontrou R$ 128 mil e 7,5 mil dólares em espécie na casa de Rocha. As investigações correm em sigilo.

Em duas diferentes notas divulgadas para a imprensa, o governo do RJ afirma que a investigação causa "estranheza e profunda indignação", além de criticar a operação da PF que não teria trazido "nenhum elemento novo na investigação". O Governo também defendeu Castro, disse que não há "nada contra ele" e que a delação que levou seu nome aos federais foi "criminosa".

Governadores presos

Desde a redemocratização, em 1985, todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro vivos já foram presos ou, no mínimo, afastados do cargo. Sérgio Cabral, que governou o Estado entre 2007 e 2014, é o único que segue preso, ainda que em prisão domiciliar. Luiz Fernando Pezão (2014-2018), Anthony Garotinho (1999-2002), Rosinha Garotinho (2003-2006) e Moreira Franco (1987-1991) já estiveram por trás das grades, e Wilson Witzel (2018-2022) não chegou a ser preso mas foi afastado do cargo.

Castro e Wilson Witzel, de quem foi o vice no último período. Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil

Apenas quatro nomes, dois deles já falecidos (Leonel Brizola e Marcello Alencar) e dois que assumiram mandatos de governadores cassados (Nilo Batista e Benedita da Silva), se safaram da “tradição” fluminense.

O atual mandatário assumiu o governo ainda em 2022, após o afastamento de Wilson Witzel, de quem era o vice. No mesmo ano ganhou as eleições e garantiu um mandato, em teoria, até 2026. Witzel teve o mandato cassado por liderar um esquema de desvio de verbas da saúde fluminense em plena pandemia de covid-19.

Pezão e Cabral. Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil

Seu antecessor, Pezão, foi preso por abuso de poder econômico. Ele concedeu benefícios financeiros a empresas que financiaram sua campanha eleitoral em 2014. Já Sergio Cabral foi preso em Bangu em 2016 e condenado a 233 anos e 11 meses de prisão no âmbito da Lava Jato por corrupção e cobrança de propinas. Ele deixou a cadeia em dezembro passado por decisão do Supremo Tribunal Federal para continuar cumprindo a pena em prisão domiciliar. Fanfarrão, tem dado declarações de que pretende voltar à política em 2026.

Anthony Garotinho, por sua vez, foi preso 5 vezes desde que deixou o governo e atualmente responde em liberdade a acusações de corrupção, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais. Sua esposa e também ex-governadora, Rosinha Garotinho, foi presa em 2017 junto do marido por cerca de uma semana. Chegou a ser condenada em 2020, mas recorreu e agora responde em liberdade.

Anthony e Rosinha Garotinho. Créditos: Divulgação / CP Memória

Por fim, Moreira Franco que deixou o governo no já distante ano de 1991 acabou preso em março de 2019 acusado de negociar uma propina de R$ 1 milhão à empresa Engevix relativa a obras na usina Angra 3. Ficou quatro noites preso e agora responde em liberdade.

Agora resta ver se a condução do caso de Cláudio Castro seguirá o roteiro dos seus antecessores.

Moreira Franco. Creditos: Valter Campanato/Agência Brasil