PF NAS RUAS

Vinícius Sarciá: quem é o "irmão de consideração" de Cláudio Castro flagrado com dinheiro pela PF

Presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento do Estado do Rio, Sarciá é um dos alvos da operação Sétimo Mandamento, que investiga esquema de corrupção no Estado.

Vinicius Sarciá e Cláudio Castro.Créditos: Facebook
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Flagrado com um montante ainda não contabilizado de dinheiro vivo durante ação de busca e apreensão na Operação Sétimo Mandamento, deflagrada nesta quarta-feira (20) pela Polícia Federal, Vinícius Sarciá Rocha é presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AgeRio) e "irmão de consideração" do governador fluminense Cláudio Castro (PL).

Ele é alvo de uma investigação que apura crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre os anos 2017 e 2020, segundo a PF.

De acordo com as investigações, a organização criminosa penetrou nos setores públicos assistenciais sociais no âmbito do estado do Rio de Janeiro e realizou fraude a licitações e contratos administrativos, desvio de verbas públicas e pagamentos de "propinas" aos envolvidos nos esquemas criminosos.

Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, que totalizam mais de R$ 70 milhões. As investigações seguem em sigilo.

Filho de Wilma Correa Sarciá, esposa de Clerton Castro - pai de Cláudio Castro -, Vinicíus transita pelos bastidores desde 2005, iniciando em gabinetes do PSC, antigo partido do governador que foi incorporado ao Podemos.

Vinicius Sarciá e a mãe, Wilma, madrasta de Cláudio Castro (Facebook)

A sigla é controlada no Rio pelo Pastor Everaldo, preso em agosto de 2020 por corrupção durante a pandemia no governo Wilson Witzel - que foi cassado e deu lugar a Castro, então vice-governador.

Vinicius Sarciá foi nomeado em janeiro de 2005 como assessor no gabinete do então vereador Márcio Pacheco (PSC), para quem Castro atuou como chefe de gabinete por 12 anos.

O parlamentar, que também empregou o pai do governador, foi eleito deputado e o primeiro a ser denunciado no caso das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Sarciá também atuou como assessor para o vereador Eduardo Moura, suplente que assumiu a cadeira após Pacheco ser nomeado secretário na primeira gestão de Eduardo Paes (2009-2012) na prefeitura. 

Ainda na Câmara do Rio, ele atuou como Diretor de COmunicação quando Castro era vereador e foi levado ao governo do Estado em 2019, quando o irmão se tornou vice-governador.