A mensagem de "Mestrão" flagrada pelo repórter fotográfico Wilton Júnior, de O Estado de São Paulo, que indica voto a favor de Flávio Dino na indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) continua causando estragos para o senador Sergio Moro (União-PR).
Na conversa, Moro é aconselhado por "Mestrão" que diz que "o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio que jaja (SIC) passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando".
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Segundo Guilherme Amado, do portal Metrópoles, "Mestrão" é o apelido do assessor Rafael Travassos Magalhães.
Magalhães foi contratado em agosto por Moro em cargo comissionado para atuar como auxiliar parlamentar intermediário no "escritório de apoio nº 1", localizado em Curitiba, com salário de R$ 7,1 mil.
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No entanto, Magalhães já tem histórico na política paranaense. Tanto que é citado pelo Ministério Público do Paraná em uma investigação sobre suspeitas de “rachadinha” no gabinete do deputado estadual Ricardo Arruda (PL-PR), apoiador radical de Jair Bolsonaro (PL).
Documentos sigilosos da Subprocuradoria Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MP-PR, revelados pelo jornal O Globo no dia 27 de outubro, revela que o Coaf identificou “operações financeiras suspeitas” em contas de pessoas que trabalharam para o deputado estadual, entre 2014 e 2019. As transações têm, diz a promotoria, “traços característicos” de “rachadinhas”.
O esquema é semelhante ao que foi investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a estrutura montada nos gabinetes de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e por Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Câmara Municipal do Rio. A investigação foi suspensa após levante jurídico do clã Bolsonaro.
Segundo o MP, os funcionários de Arruda fariam saques de 70% dos salários em dinheiro vivo. O Coaf ainda identificou transações suspeitas entre os assessores de Arruda. Alguns deles foram alvo de operação de busca e apreensão - o gabinete de Moro não informou se Magalhães estava entre eles.
Além de Magalhães, Moro também contratou por 3 meses Lucas Dorini Sabatto, que também atuou no gabinete de Arruda e é investigado pelas suspeitas de "rachadinha".