"NÃO VÃO NOS CALAR"

Conselho de Ética arquiva pedido de cassação das deputadas Célia Xakriabá e Sâmia Bomfim

As parlamentares eram alvo de pedido do PL por se manifestarem contra o Marco Temporal

Deputadas protestam contra Marco Temporal.Créditos: Divulgação
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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados votou contra o pedido de cassação dos mandatos das deputadas Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Por 12 votos a 1, a votação foi considerada histórica pela deputada indígena. “VENCEMOS NO CONSELHO DE ÉTICA”, comemorou nas redes sociais. “Não vão conseguir calar mulheres indígenas!”.

Sâmia Bomfim também comemorou a decisão: "Acabamos de derrotar um dos processos de cassação que bolsonaristas moveram contra o nosso mandato no Conselho de Ética. Uma evidente perseguição misógina”, disse. "Nossa batalha contra os outros dois pedidos que ainda tramitam vai seguir! Contem comigo na defesa intransigente da reforma agrária, dos movimentos sociais e do meio ambiente! Seguimos juntos!.

As deputadas foram acusadas, junto com outras parlamentares, como Talíria Petrone (PSOL-RJ), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Juliana Cardoso (PT-SP) e Erika Kokay (PT-DF), de quebra de decoro durante votação do Marco Temporal. Célia Xakriabá havia chamados os parlamentares que votaram à favor de “assassinos”.

Após a leitura do relatório na votação desta quarta-feira (13), Célia declarou que “o primeiro parlamentar indígena neste momento estaria feliz em trazer a verdade, pois nós povos indígenas sempre estivemos na luta histórica, há 523 anos, para trazer a verdade”. A deputada também agradeceu o relator por não cassar a voz dos povos indígena no Brasil.

Muitas vezes as pessoas me encontram e fala 'nossa você tem muito trabalho, e em 18 estados brasileiros você mata um leão por dia no Congresso Nacional'. E eu falo que  nossa luta não é para matar um leão por dia, é para ajudar permanecerem vivos uma onça e um leão por dia. Nós queremos é que as onças e os leões, as florestas e os nossos rios e os povos indígenas e a nossa voz permanecerem de pé.

A ação foi protocolada pelo PL, e assinada pelo presidente da sigla Valdemar da Costa Neto, em 30 de maio.