O jornalista Leandro Demori foi às redes nesta quinta-feira (16) denunciar que está em curso um processo de intimidação do jornal O Estado de S.Paulo, o Estadão, pelas críticas que ele vem fazendo ao factoide criado pelo folhetim paulistano para atacar Flávio Dino, relacionando o ministro da Justiça a Luciane Barbosa Farias, presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas e esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, que seria ligado Comando Vermelho.
Demori, que trabalha na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), empresa estatal de comunicação, afirmou que Tácio Lorran, um dos autores da primeira reportagem no Estadão, pediu à TV Brasil, comandada pela EBC, "detalhes sobre meu salário".
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"Depois que eu publiquei minha avaliação sobre esse caso da “Dama do Tráfico do Amazonas”, um dos repórteres do Estadão, que assinou a primeira reportagem do caso, pediu à TV Brasil detalhes sobre meus salário. Chama atenção que Tácio Lorran reaja a uma crítica pontual a seu trabalho – que fiz de forma aberta, sem pessoalizar – com o que, me parece, uma tentativa tosca de retaliação, pra ficar em termos republicanos. Qual o interesse na minha remuneração? Isso é pauta?", indaga Demori na rede X, antigo Twitter.
O jornalista informa que a informação é publica que seu contrato é de R$ 36 mil mensais para apresentar o programa Dando a Real, na TV Brasil.
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"Isso é o valor do contrato que inclui pagamentos que cabem a mim: hospedagem e passagem (não vivo em Brasília e tenho ido quase toda a semana para a capital, ficando de três a quatro dias por viagem), traslado, alimentação, impostos, vestuário e custos administrativos. Ou seja: a minha remuneração, de fato, é muito inferior a isso, estando totalmente em linha com o mercado (há, evidentemente, apresentadores que ganham muito mais que isso)", explica.
"Todas essas informações, como eu disse, são públicas. Por que motivos o jornal Estadao está permitindo esse tipo de procedimento? É assim que um repórter do jornal lida com críticas?", segue Demori.
"Aparentemente há um jovem repórter se inspirando em velhas práticas – sob a guarda de seus editores. Se acham que vão me intimidar, entrem na fila", afirmou ainda.
"Dama do tráfico"
O outro autor da primeira reportagem do Estadão, o jornalista André Shalders admitiu nas redes sociais que a alcunha de "dama do tráfico" para definir Luciane Barbosa Farias, presidenta da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, foi inventada por ele a partir da declaração de uma fonte.
"Estou respondendo a todo mundo porque tenho como provar tudo o que escrevei. Quanto ao 'dama do tráfico', foi uma expressão usada por uma fonte. Achei peculiar e coloquei no texto", comentou Shalders em resposta a Cynara Menezes, da Fórum, na rede X, antigo Twitter.
O jornalista, no entanto, apagou a publicação em seguida.
Cynara já havia adiantado que não há quaisquer registro na imprensa amazonense ou nos órgãos de investigação dando o rótulo à Luciane Barbosa Farias, que é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, que seria ligado Comando Vermelho.
No entanto, Luciane já afirmou que não faz parte da facção criminosa. Ela foi escolhida pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas (CPTEC-AM) para participar de encontro do Ministério dos Direitos Humanos, em Brasília.
Luciane também esteve na Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça acompanhando a ex-deputada Janira Rocha, vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da ANACRIM-RJ, no dia 19 de março. E no dia 2 de maio, e encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
À época, ela não tinha condenações na Justiça e chegou a ser absolvida por "ausência/fragilidade de provas" em processo sobre tráfico de drogas.
"Fui absolvida na primeira instancia, isso os jornais não estão mostrando", escreveu no Instagram. Condenada em segunda instância somente no mês passado, ela recorre em liberdade.