Após uma recepção emocionante no final da noite desta segunda-feira (13) ao grupo de 32 brasileiros-palestinos que estavam em meio ao bombardeio das Forças de Defesa de Israel em Gaza, o presidente Lula prometeu seguir com esforços para trazer novos repatriados ao Brasil.
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"Nós vamos continuar trabalhando para trazer toda e qualquer pessoa que lá esteja e que queira voltar para o Brasil", disse Lula, que subiu o tom contra Israel e afirmou que os sionistas fazem "terrorismo" em Gaza.
Lula ouviu de Hasan Rabee, um dos repatriados, sobre o desejo de trazer familiares e outras pessoas que estão em Gaza, em uma segunda lista, e pediu ao ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, que dê andamento ao processo de trazer mais reféns da guerra ao Brasil. Duas pessoas que constavam na lista inicial - uma mulher de 50 anos e a filha, de 12 - desistiram de retornar ao Brasil na última hora e permaneceram no território palestino, que está sendo invadido pelos israelenses.
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Próximos passos
Segundo a Presidência, os 32 repatriados - 22 cidadãos natos ou naturalizados e 10 palestinos - ficarão hospedados até esta quarta-feira (15) no Hotel da Base Aérea, em Brasília.
Em seguida, eles pegarão um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) rumo a Guarulhos, onde serão levados pela Polícia Federal para um abrigo para finalizar os procedimentos de regularização migratória e de acompanhamento de saúde, além de fazer a inscrição no Cadastro Único, porta de entrada para os programas sociais do Governo Federal.
O Ministério do Desenvolvimento Social garantiu o atendimento das famílias em unidades de acolhimento em entidade especializada em acolhimento de imigrantes internacionais, que fica a cerca de duas horas de Guarulhos.
O abrigo conta com uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos. Profissionais tradutores serão disponibilizados por Agências das Nações Unidas. No local, há também profissionais da Força Nacional do SUS, das redes locais de assistência social e saúde. O abrigo é um espaço de proteção integral, com alimentação e estrutura de lazer.
Entre os palestinos, há três parentes de primeiro grau de brasileiros. Os outros sete são portadores do Registro Nacional de Migração (RNM) e receberão o status de refugiados.
Em São Paulo, todos os repatriados terão atendimento médico. Segundo o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, ao menos duas crianças apresentaram quadro de desnutrição por passarem fome em Gaza.
Segundo o governo, todos os repatriados terão direitos em condições de igualdade a quaisquer brasileiros.
Dos repatriados 4 têm família em Brasília e permanecerão no Distrito Federal. Em São Paulo, ao menos 12 ficarão no abrigo disponibilizado pelo governo e outros 12 pretendem buscar abrigo na casa de familiares que moram no Estado.
No grupo há ainda 2 que devem viajar para Florianópolis (SC), 1 para Cuiabá (MT) e 1 para Novo Hamburgo (RS).