Principal cotado para substituir Flávio Dino, que deve ser indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF), no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o secretário-executivo Ricardo Cappelli negou a intenção de dividir em duas a pasta.
ENTENDA: Dino é favorito para o STF, Cappelli e Arruda Botelho disputam Justiça e Damous, Segurança Pública
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Em entrevista à Folha, Cappelli, que atuou como interventor no Distrito Federal no 8 de Janeiro, diz que as especulações sobre o desmembramento da pasta, criando o Ministério da Segurança Pública, é uma "fala polêmica".
"Essa polêmica de 'vai dividir o ministério' é falsa porque o que define a eficiência é a política. A política que a gente está construindo", disse.
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Segundo ele, a divisão do ministério iria contra "todo o nosso esforço é para integrar as inteligências" das Polícias Federal, Rodoviária Federal, civis e militares.
"Qualquer especialista que você conversar vai dizer que o esforço tem que ser em criar o Susp, integrar. Nós vamos defender dividir? A Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) fica onde? Na Justiça ou na Segurança? Tem como cuidar da segurança sem cuidar da política penal? Não é mais um ministério que vai mudar a política de segurança", alega, dando mais um motivo para que a pasta siga integrada.
Disputa na sucessão
Além de Cappelli, são cotados para assumir o Ministério da Justiça os advogados Augusto Arruda Botelho, atual secretário nacional de Justiça, e Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas.
O governo ainda não descarta o desmembramento, deixando o Ministério da Segurança Pública sob o comando do atual Secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous - quadro histórico do PT -, que disputa a vaga com o líder do Prerrogativas.
A divisão da pasta chegou a ser defendida pelo próprio Lula durante o governo de transição, em dezembro passado. Desde que não fosse feito de forma "atabalhoada".
"Nós queremos que as carreiras de Estado sejam carreiras de Estado. Não queremos que policiais fiquem dando shows nas investigações antes de investigar. Queremos que as pessoas tratem com seriedade as investigações. Nós sabemos quanta gente se meteu na política de forma desnecessária. Então, nós vamos primeiro arrumar a casa e depois vamos começar a trabalhar a necessidade de criar o Ministério da Segurança Pública", disse o presidente antes da posse.
Na ocasião, Lula enfatizou que "a questão da segurança será uma das coisas que nós vamos tratar com muito cuidado porque nós não podemos errar". "A gente não pode fazer da segurança pública uma pirotecnia, a gente está cansado de ver dezenas de pessoas serem vítima de ações policiais sem nenhuma explicação".