Alçado à Presidência da Câmara por Jair Bolsonaro (PL) para implantar o chamado Orçamento Secreto e cooptar a base de apoio para a gestão de extrema-direita - que terminou em 31 de dezembro passado -, Arthur Lira (PP-AL) avançou sobre o governo Lula com a nomeação do economista Carlos Antônio Vieira Fernandes na Caixa e já pensa em deixar o comando da casa legislativa para se candidatar à Presidente da República.
Nesta quarta-feira (26), Lira deu amostra de como funciona a relação de achaque ao governo Lula ao colocar em votação e aprovar o Projeto de Lei 4173/23, elaborado pelo governo Lula e sua equipe econômica que mira os chamados "super-ricos", horas após o presidente demitir Rita Serrano do comando da Caixa e nomear para o cargo um indicado do cacique do PP.
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Com o domínio sobre a Caixa, Lira aumentou a lista de apadrinhados seus que comandam autarquias do governo federal. O político do PP, que fez campanha para Bolsonaro em 2022, tem indicados no comando de órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o Departamento Estadual de Obras Contra as Secas (Dnocs) e o Porto de Maceió. A lista aumenta quando se olha para o governo de Alagoas, onde o presidente da Câmara Federal tem grande domínio.
No entanto, Lira já sonha mais alto e, segundo informação de Bela Megale no jornal O Globo, pretende testar seu nome em pesquisas para a Presidência da República.
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A sinalização de Lira foi feita após a divulgação de estudo do Paraná Pesquisas neste mês, que motra Lula com 36,6% das intenções de voto caso as eleições fossem hoje. O atual presidente é seguido pelo governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece em um longínquo segundo lugar, com 12,7% das intenções de votos.
Ao receber o comando da Caixa, Lira mostrou que continuará com a política de achaques para garantir a votação de pautas de interesse do Planalto. No entanto, o cacique alagoano, que comanda a casa legislativa até fevereiro de 2025, já sonha em expandir seus domínios na República a partir do ano seguinte.