CENTRÃO

Obra com Arthur Lira, Damares e Paulo Guedes no lixo é retirada da Caixa Cultural

A obra, vista como um "ataque infantil" de petistas ao Centrão, contribuiu para ampliar o mal-estar entre o governo e o grupo

A obra O grito, de Marília Scarabello.Créditos: Reprodução
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A diretoria da Caixa Econômica Federal resolveu suspender nesta segunda-feira (24), a exposição “O Grito!”, que ficaria em cartaz na Caixa Cultural de Brasília até dezembro. A mostra foi suspensa por conta de “manifestação com viés político” na obra.

Veja a nota abaixo:

Considerando que foi identificada na obra em questão manifestação com viés político, o que fere as diretrizes do programa, a Caixa decidiu suspender a referida exposição.

Caixa Econômica Federal

A obra

A obra, intitulada “Bandeiras”, foi criada a partir de imagens coletadas pela artista Marília Scarabello desde 2016. Uma das peças retrata Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, em uma lata de lixo junto com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) o ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes.

A exposição também traz outras imagens que retratam temas como drogas, censura e aborto. Entre elas, também há menções ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o Nexo Jornal, a exposição integra o Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural e foi patrocinada pelo banco público e pelo governo federal. A mostra custou R$ 250 mil, de acordo com o site Poder360. Também integravam a exposição pinturas, esculturas, instalações, videoarte e fotografias de outros seis artistas.

A deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) apresentou requerimento nesta segunda-feira, para que o ministro da Fazenda Fernando Haddad compareça à Câmara para esclarecer o financiamento da exposição. Júlia Zanatta (PL-SC), outra parlamentar bolsonarista, disse nas redes sociais que vai “entrar com representação no TCU [Tribunal de Contas da União] para investigar e punir esse absurdo”, revelou O Globo.

A obra, vista como um "ataque infantil" de petistas ao Centrão, contribuiu para ampliar o mal-estar entre o governo e o grupo. A suspensão da exposição ocorre em meio às negociações de Lira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por cargos na Caixa. O presidente da Câmara indicou Carlos Antônio Vieira Fernandes, funcionário de carreira do banco, para a presidência da instituição, segundo a Folha de S.Paulo.