O consagrado fotógrafo Bob Wolfenson abre nesta quinta-feira (5), na galeria Senac Lapa Scipião, na Vila Romana, em São Paulo, a mostra "Sub/Emerso". Ao contrário de todas as outras que realizou ao longo da vida, esta traz um acontecimento trágico, que o artista transformou em um componente estético.
Todas as imagens da exposição foram adulteradas pela força da natureza. Uma forte tempestade ocorrida em São Paulo no dia 11 de fevereiro de 2020 inundou seu estúdio que ficava às margens do rio Pinheiros, na Vila Leopoldina, na zona oeste da capital paulista.
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Trinta e seis horas depois da enchente, Wolfenson entrou no estúdio com uma equipe de voluntários e pediu para ninguém alterar a desordem do local. Com o que resultou da tragédia, o fotógrafo realizou o projeto.
Mais de 30 imagens recuperadas
Segundo o próprio Wolfenson descreve em sua conta do Instagram, são mais de 30 imagens que foram recuperadas da enchente.
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Neste episódio, mais de 80% do acervo foi comprometido e, desde então, passa por um processo de restauro. “Aos meus olhos, as fotografias ganharam um novo sentido, uma nova beleza. Um escorrimento impregnado na superfície delas criou uma 'sobrememória'”, afirma o artista.
A secagem do material que estava submerso na lama foi restaurada pelo Instituto Moreira Salles. Cerca de 80% do acervo físico do fotógrafo foi atingido pelas águas enlameadas do Pinheiros.
A exposição fica em cartaz até dia 05 de dezembro.
Irônico, o artista postou ainda um vídeo com os detalhes finais da montagem da exposição. Na trilha do vídeo, um alegre Gene kelly canta o clássico "Singin' in the Rain". Veja abaixo: